Dos 40 acusados no esquema do “Mensalão”, até agora 19 tiveram a denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Esses 19 passam a ser réus no processo. O esquema do “Mensalão” dava dinheiro a parlamentares do PT e da base aliada em troca de apoio político ao governo Lula.
A denúncia é do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. O julgamento começou na última quarta-feira, com a leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa. Os 19 tiveram a denúncia recebida na última sexta-feira.
Esta lista de 19 réus deve ser acrescida de outros nomes, a depender do resultado do julgamento que teve seu reinício hoje, 27, e está previsto para terminar amanhã.
O publicitário Marcos Valério é um dos que viraram réus. Valério é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ser o operador do esquema, o líder do “Núcleo publicitário” do esquema e ligado ao núcleo central da “engrenagem criminosa”, como diz o procurador-geral.
Marcos Valério é citado na acusação como o “pivô”, ou a base de sustentação da estrutura de corrupção e lavagem de dinheiro. O publicitário é acusado de corrupção ativa (2 vezes), peculato (6 vezes) e lavagem de dinheiro (65 vezes).
Entre os 19 que responderão a processo criminal está o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o petista Luiz Gushiken, que na época em que ocorreram os crimes (ele responde a quatro acusações de peculato) era uma das pessoas mais influentes do governo Lula.
Gushiken tem uma relação histórica com Lula, desde os tempos do sindicalismo. Era tido como um “guru” para Lula. Sempre foi também uma pessoa com grande influência no PT e no governo Lula.
Outro ex-ministro de Lula que responderá a processo criminal é Anderson Adauto, ministro dos Transportes no primeiro mandato petista. Adauto é acusado de lavagem de dinheiro, por 16 vezes.
Outro acusado é Henrique Pizzolato, na época diretor de Marketing do Banco do Brasil. Pizzolato envolveu-se também no esquema do dossiê falso contra os tucanos. Sob sua administração, a diretoria do banco liberou R$ 73,851 milhões para a agência DNA, de Marcos Valério. Em depoimento à “CPI dos Correios” Pizzolato afirmou que liberou adiantamentos para Valério a mando de Gushiken, passando inclusive sobre instâncias internas do banco estatal. Pizzolato é também conhecido como o “churrasqueiro de Lula”.
Entre os réus está também o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que já foi cotado até para ser candidato ao governo de São Paulo pelo PT. Cunha foi presidente da Câmara com o apoio do governo Lula.
Da base política de Lula estão também incluídos o ex-deputado João Magno, o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), que foi líder do PT na Câmara, além do ex-deputado federal Professor Luizinho (PT-SP), que era líder do governo na época do escândalo.
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POR José Pires
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Já se tornaram réus 19 da lista dos 40 do "Mensalão”
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