terça-feira, 20 de novembro de 2007

Olha a cabeça!
No Brasil muita gente sofre da “Síndrome do Tijolaço”. A tal síndrome é uma categoria que inventei para definir um certo tipo de pessoa que no geral aparenta um estado de normalidade, até com alguns picos de genialidade, mas que em determinado momento vem com uma besteira que desmonta toda aquela personalidade aparente do cotidiano.

A síndrome vem de uma conhecida piada. A do cara que está preso em um hospício e chama uma visita e diz que só está ali por uma conspiração de parentes, mas que na verdade é totalmente são. Quando a visita já está de saída e inclusive disposta a intervir pelo confinado recebe uma violenta tijolada na cabeça. Quando vira para trás vê o louco que parecia normal dizendo: “Não vai esquecer...”. Esta é a “Síndrome do Tijolaço”.

Na política são muito comuns esses ataques. Está certo que boa parte dos políticos não pode ter isso, sendo loucos o tempo inteiro. Mas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se enquadra nesta síndrome. O senador é inteligente, tem idéias originais e até possui uma qualidade original para um político: pensa com a própria cabeça. E até escreve bem, qualidade ainda mais rara no setor.

Mas agora Buarque acaba de apresentar um projeto que impede parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República de matricularem seus filhos em escolas particulares durante a educação básica. Todos que tem cargo eletivo seriam obrigados a colocar filhos e demais dependentes em escolas públicas a partir de 2014.

Para o senador, com os filhos de políticos na escola pública, haverá melhoria na educação gratuita. E nada mais digo. O senador Cristovam Buarque até que ia bem, com um comportamento equilibrado até nessas crises do Senado, mas esse tijolaço doeu.
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POR José Pires

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