Comprei jornais para o final-de-semana. A Folha de S. Paulo, o Estadão e o Valor Econômico. O Valor Econômico tem um bom suplemento cultural, que sai nas sextas-feiras. Compro o jornal só por causa disso, mas várias vezes o suplemento não vem, não encartam. O jornaleiro sabe do meu gosto e me avisa antes.
Talvez não precisem de leitores. Não deve ser pessoal, não vou alimentar a minha paranóia com a incompetência alheia. Os jornais estão em crise, para se acabar. Em boa parte pela internet, noutra por incapacidade desse tipo.
Sempre adorei jornais. Fui leitor diário de vários deles. E daquele tipo que, quando chega numa cidade, procura logo o jornal local para ler. De uns tempos para cá, me desinteressei. Está sendo difícil para eu ler jornais. É maçante e não permite a agilidade do computador. A internet terá me roubado deles também? Talvez.
Os jovens nem chegam a se interessar pelos jornais e eu, velho leitor, apaixonado por jornais, agora me desinteresso. Meu filho, de 22 anos, é inteligente, bem informado, e não lê jornal. Acho que nunca leu. Ele me diz que seus amigos também não lêem. Nem imagino meu outro filho, de cinco anos, lendo um jornal algum dia.
Talvez mais árvores sejam poupadas no futuro. É claro, se houver futuro. Os peixes estão se acabando, mas é provável que o jornal para embrulhá-los acabe antes.
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POR José Pires
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