Nesses poucos dias de discussão em torno do assassinato de Marielle Franco, em uma pesquisa, a Fundação Getúlio Vargas identificou exatos 1.833 robôs tuitando sobre o acontecimento. Se foram identificados quase dois mil robôs passando por gente envolvida no calor dos debates, imagine a quantidade que deve ter escapado da investigação da FGV. E tem também os robôs atuando de forma disfarçada no Facebook e áreas de comentários de blogs e sites.
Podemos somar também a esses instrumentos eletrônicos as pessoas de carne e osso que já viraram robôs a serviço de grupos e partidos, inconscientemente ou engajados como militantes, que estão o tempo todo atiçando a discórdia e criando brigas, atacando os outros sem se ater ao tema discutido, estimulando o desentendimento e dificultando o bom aproveitamento do debate democrático. Hoje em dia é preciso tomar muito cuidado para não ficar alinhado como se fosse um robô, nessas tropas de choque que tomam assuntos importantes para usar em favor de interesses sujos.
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POR José Pires
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