sábado, 27 de setembro de 2008

Neologismo tucano

Era mesmo quente a antecipação dos dados do Ibope da Rede Globo: a campanha de Alckmin, o Geraldo, que já estava derrapando, agora vai de ré. Os números são os que antecipei abaixo. Juntando aos do Datafolha, dá para concluir que o Chuchu está caindo da cerca.

Existe a possibilidade do grande vencedor da eleição para a prefeitura de São Paulo nem ir ao segundo turno. Tucano canta? Pois o candidato tucano já entrou na peleja cantando vitória. Temos aí uma lição velha, com uma ave nova: não pra dá contar com o ovo, se ele ainda está naquele lugar do tucano.

Mas Geraldo, o Alckmin, ainda pode marcar profundamente a nossa política. Vai acabar gerando um neologismo que pode pegar. Será o verbo “alckminizar”. E o interessante é que a nova expressão vai desbancar outra, de maior peso histórico.

A expressão que Alckmin pode desbancar é “cristianização”, que vem de uma traição feita com o político mineiro Cristiano Machado na eleição presidencial de 1950.

Getúlio Vargas era candidato pelo PTB, em forte aliança com o PSP de Adhemar de Barros. Cristiano Machado saiu pelo PSD. Antevendo a inevitável derrota do candidato do PSD, as lideranças do partido abandonaram Cristiano Machado e passaram a apoiar Vargas publicamente.

O resto é História. Getúlio Vargas foi eleito e da traição nasceu a expressão “cristianizar”, que é o que ocorre quando os aliados de um candidato o abandonam por outro com melhores chances de vitória.

A política brasileira precisa mesmo se renovar. Com o abandono da candidatura tucana, que agora deve se acelerar, será muito bem-vinda a expressão “alckminizar”. E que beleza que o primeiro a ser “alckminizado” seja o próprio Alckmin.
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POR José Pires

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