segunda-feira, 26 de março de 2018

A burrice da esquerda e suas mitologias muito doidas

É preciso tomar bastante cuidado na avaliação da esquerda brasileira para não acabar valorizando sua atual performance com uma conclusão que amenize seu problema mais grave: a impressionante burrice. Na história brasileira, de um pouco antes do golpe militar de 64 até mais ou menos na entrada em cena na década de 80 da Nova República de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, a esquerda fez muitas bobagem, mas tem também seus méritos, inclusive méritos intelectuais, o que pode parecer até um exagero meu, em razão da alarmante asnice atual dos petistas e da militância dos extremos, na idiotice radicalizada da turminha do Psol e outros grupos. Pelo que está aí, não parece, mas já houve inteligência na esquerda. Meninos, eu vi.

Não se deve esquecer que o PT teve entre seus fundadores o grande Sérgio Buarque de Holanda, o que inclusive torna mais vergonhoso o estado atual de extrema burrice do partido e agregados. Por sinal, em um livro genial do falecido professor da USP estão elencados vários defeitos do PT, dos quais como correligionário do Lula, é bom que se diga, ele não tem culpa alguma. Morreu muito antes da revelação de que os companheiros entraram na política para roubar. O notório hábito nacional de se apropriar do Estado foi muito bem definido por Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, livro que não é lido com atenção e por isso muitas vezes é citado erradamente quando se fala no tal do “homem cordial”. Homem cordial não é uma pessoa bacana. É o aproveitador, o cara que faz uso do Estado em benefício próprio. Bem, como alguém que escreveu tal coisa foi fundar um partido com o Lula, o segredo deste deslize político o historiador paulista levou para o túmulo.

Mas agora a esquerda brasileira está uma burrice só. Nada se aproveita do pensamento de suas sumidades. Não acertam nem nas manipulações. Suas ideias servem apenas para a militância passar vergonha, como fazem gritando "É golpe" por aí. Tem também a tentativa de usar o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Queriam torná-la não só um mártir como uma heroína da esquerda, equívoco que já começou por darem início à fraude sem ninguém saber a motivação por trás de sua morte. Existem outras complicações que dificultam a lamentável tentativa de manipulação. Estão na falta de consistência do discurso político da vereadora e na pouca veracidade de seu papel como grande liderança nas favelas. Com todo o respeito, ela era uma desconhecida como líder popular.

Mas se mesmo assim querem fabricar uma nova heroína da esquerda, podiam ao menos fundamentar de forma coerente a criação, sem a mistura incongruente que vejo por aí. Foi feita até uma comparação entre Marielle e Edson Luis, estudante morto pela ditadura, em 1968. A estupidez partiu de Frei Betto, o que dá para entender, vindo de quem costuma juntar Jesus Cristo com Fidel Castro. Outra coisa que não tem nada a ver na construção da lenda é o aproveitamento do componente racial do mandato da vereadora para compará-la a duas lideranças do movimento negro dos Estados Unidos, Martin Luther King e Malcolm X. Eu bem disse que definitivamente a esquerda ficou burra.

Ora, é ignorância histórica juntar os dois ativistas em um raciocínio sobre a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Eram excludentes os métodos de cada um deles e tampouco tinham o mesmo propósito. Ao contrário de Luther King, Malcolm X não aceitava a igualdade racial. Nem a morte dos dois militantes tem semelhança, a não ser por terem sido assassinados a tiros. Dá até para imaginar o espanto de um negro americano com um esquerdista dizendo a ele que no Brasil existe um mito que é uma mistura dos dois. Vão achar que o brasileiro é doido. A esquerda precisa resolver se o mito articial da vereadora terá Martin Luther King ou Malcolm X como referência histórica. Os dois não é possível.
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POR José Pires

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