segunda-feira, 10 de março de 2008

Pesquisa com embriões: fim do debate

Com um argumento bem simples o geneticista Oliver Smithies, um dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2007, acaba com a polêmica sobre o uso de embriões em pesquisa no Brasil que é motivo de ação no STF (Supremo Tribunal Federal). Para mim é a palavra definitiva no debate.

"Na verdade, estamos falando de preservar a vida do embrião − embrião que não seria usado para mais nada − permitindo a ele ajudar a vida de outras pessoas", ele disse para a Folha de S. Paulo.

"Imagine que eu seja um jovem morto num acidente de carro. Há partes do meu corpo que ainda são úteis e podem ser dadas a outras pessoas para manter suas vidas. Então, parte de mim viveria em outra pessoa. Se uma célula-tronco embrionária é feita [para terapia], aquele embrião não é morto, aquele embrião dá vida a outra pessoa, por fim."
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POR José Pires

2 comentários:

Anônimo disse...

Este debate só existe porque é movido por um fanatismo religioso que não faz mais sentido hoje em dia. Falta ao Brasil uma cultura secular.

Zulma Peixinho disse...

Eventual terapia com células-tronco embrionárias humanas não poderia ser idealizada somente em função do excelente resultado obtido em camundongos, quando se constatou, à época, que “a célula-tronco embrionária é o único tipo celular capaz de se diferenciar em neurônio”. Diferentemente do observado na espécie humana, os estudos com camundongos empregam animais geneticamente idênticos (clones), o que permite a livre transferência de células-tronco embrionárias a animais adultos na ausência de rejeição.
Confirmando a inexeqüibilidade da mesma abordagem em humanos, foi recentemente declarado pela Dra. Natalia López Moratalla, catedrática de Biologia Molecular e Presidente da Associação Espanhola de Bioética e Ética Médica, que «as células-tronco embrionárias fracassaram; a esperança para os enfermos está nas células adultas» e «hoje a pesquisa derivou decididamente para o emprego das células-tronco 'adultas', que são extraídas do próprio organismo e que já estão dando resultados na cura de doentes'» (ZENIT.org).
Portanto, devemos apoiar as pesquisas com células-tronco ADULTAS, incluindo as células iPS que tiveram seu potencial de uso em terapia recentemente comprovado, pois sendo células autólogas (derivadas do próprio paciente) não precisam enfrentar a rejeição imunológica. Além disso, as células iPS não precisam mais ser obtidas com a introdução de genes ou com a utilização de retrovírus como vetor, e a sua utilização para tratamento de doenças graves independe da aprovação do Artigo 5º da Lei de Biossegurança.