quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O agente Lobão

Em vários resumos biográficos sobre Edison Lobão, senador e futuro ministro de Lula, está dito que ele é jornalista, o que surpreende muita gente, inclusive a mim, pois pouco ou nada se sabe de sua carreira na imprensa. É certo que tampouco se sabe de algo útil que ele tenha feito nessas décadas em que atua como político,mas de sua atividade jornalística sabe-se menos ainda.

Pois o excelente Janio de Freitas traz um oportuno esclarecimento sobre este sombrio tópico biográfico, apenas transparecido em seu currículo. Pois foi nas sombras mesmo, servindo à ditadura militar, que Lobão fez “jornalismo”, em atividade que certamente deve ter sido muito importante como um impulso inicial na sua carreira política.

Leiam o que Janio de Freitas escreve em sua coluna de hoje, uma ótima contribuição para a memória brasileira, sempre tão embaralhada e ainda mais nestes tempos:

“Parece esquecida, nos perfis de Lobão publicados nos últimos dias, a sua carreira jornalística. É verdade que, em termos propriamente jornalísticos, não foi menos destalentoso do que em sua carreira na Câmara e no Senado, onde o máximo que demonstrou foi a persistência de permanecer, já por umas duas décadas, entre os mais inúteis. Na imprensa, porém, útil Edison Lobão foi. Como "repórter e cronista político" do 'Diário de Brasília', prestou serviços diários aos chefões da ditadura. Seus textos eram como recados saídos do Planalto, de serviços militares ou de informações, e armações de políticos governistas contra opositores. Seu ar soturno caia-lhe muito bem. E assim também quando deu continuidade em lugar mais apropriado -o partido da ditadura, a Arena- ao papel que escolhera na vida. Sem imaginar a retribuição que a democracia de Lula e do PMDB lhe ofertaria.”

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POR José Pires

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