quarta-feira, 27 de maio de 2009

Abraço de urso

O presidente Lula anda cobrando o fim das hostilidades entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloízio Mercadante (PT-SP). Nisso Lula está bastante certo. Os dois tem que se afinarem mesmo. Ficar na maior paz.

Afinal, o objetivo de ambos acabou sendo unificado pela história do partido de Mercadante. A convergência entre as carreiras de Renan Calheiros e Aloizio Mercadante não deixa de ser uma bela ironia histórica. E uma fria danada na qual o PT de Lula entrou.

A construção da tal “governabilidade” para Lula, aliás, tem feito um estrago danado para o PT em todo o Brasil. Vamos pegar como exemplo o estado de Mercadante. Qual é a credibilidade da bancada federal paulista do PT e quais os nomes hoje de referência nacional? É difícil lembrar alguém.

Em dobradinhas como esta, na harmonia que deve acabar sendo imposta pela caneta de Lula, apenas políticos como Calheiros tem a ganhar politicamente. Aliás, ele ganha em tudo, de cargos ao prestígio em sua base eleitoral. E Mercadante pessoalmente só tem perdas. Sobram os cargos, claro. Mas fazer o quê desse tipo de aliança em sua base eleitoral? Tocar o mandato desse jeito não deve ser fácil.

Se reeleger, então, aí deve ser dureza. Com este jogo político, o senador petista ainda vai acabar tendo que se pendurar em algum cargo nomeado. Está certo que o cargo de senador é uma mamata que se prolonga por quatro anos. Mas um dia acaba. O dele, por exemplo, finda no ano que vem. Vamos ver como Mercadante vai fazer para conquistar a reeleição depois do que andou aprontando nesses anos. Sair abraçado com Renan Calheiro é que não vai dar muito voto em São Paulo.
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POR José Pires

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