segunda-feira, 25 de maio de 2009

Todos em casa


E aconteceu o que é previsível no Brasil. Ninguém prendeu Nenê Constantino, o dono da empresa aérea Gol. Ele é acusado de mandar matar um lider comunitário em Brasília. A polícia tem provas de que ele tentou subornar testemunhas.

A Justiça atendeu o pedido da defesa do empresário de prisão domiciliar. Ele teve negado o pedido de habes corpus, mas conseguiu esta facilidade. Ou seja, vai ficar em casa, em sua mansão. A defesa alega que ele tem 78 anos e precisa de cuidados médicos.

Ainda estão presoso os motoristas aposentados João Alcides Miranda, 61, e Vanderlei Batista Silva, 67, também acusados pelo crime, mas os bacanas já estão todos fora da prisão. O genro e sócio de Constantino, Victor Foresti, também foi solto ontem no início da tarde beneficiado por um habeas corpus. Ele é acusado de subornar testemunhas durante a investigação contra o empresário.

Além das provas do inquérito da Polícia Civil de Brasília que pediu sua prisão, existe comprovação pública de que Constantino de Oliveira é um homem violento. Há menos de dois anos e exibindo uma vitalidade bem diferente da alegada agora pelo seu advogado, ele tentou agredir com uma grande pedra o fotógrafo Alan Marques, da Folha de S. Paulo. Antes, o empresário havia empurrado jornalistas e dado um tapa na câmera do fotógrafo.

Na imagem acima, o próprio fotógrafo registra o momento em que Constantino ergue a pedra para tentar atingí-lo. Aqui, você pode ver toda a sequência da tentativa de agressão. O empresário foi contido pelo próprio advogado, que estava com ele para acompanhar seu depoimento em inquérito sobre fraudes no Banco de Brasília. No inquérito, também são investigados o ex-presidente do banco, Tarcísio Franklin de Moura e o o ex-senador Joaquim Roriz.

O suposto esquema de desvios do BRB foi flagrado em escutas telefônicas da Operação Aquarela, da Polícia Federal. Numa conversa entre o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura, os dois tratam da divisão de R$ 2,2 milhões.

A história que veio depois trouxe um dos lances mais pitorescos da política brasileira. Roriz disse que o diálogo tratava de um empréstimo de R$ 2,2 milhões do dono da Gol. Desse montante, o ex-senador disse que tirou R$ 300 mil para comprar uma bezerra de nome significativo: Miragem. E devolveu o restante, R$ 1,9 milhão, ao empresário Nenê Constantino, dono do cheque. Roriz acabou tendo que renunciar ao mandato de senador, que ainda estava no início.

É claro que nada ainda aconteceu neste caso do desvio dop BRB. E agora temos mais este caso do assassinato para esperar que a Justiça não seja, como sempre acontece quando maiorais estão envolvidos, mais cega que de costume.
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POR José Pires

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