Se alguém ainda tivesse dúvida sobre como a imprensa brasileira é imensamente mansa com o lulo-petismo quando se trata da economia, a cobertura do primeiro aniversário da crise mundial deixa bem claro que neste caso os interesses convergem. Imprensa e PT parecem não ter medo de ser felizes.
É interessante, pois a crise não pode ser discutida com rigor exatamente porque ela afetou o caixa da mídia também com rigor. E exatamente no momento em que esta mídia já estava envolvida com outra crise mais grave, provocada em boa parte pelas novas tecnologias. Vivendo uma crise financeira e de identidade que atinge os próprios conceitos de comunicação e ainda levando uma paulada da crise, nossos jornais tentam criar um clima otimista para pelo menos salvar os anúncios.
Noutro dia até o Estadão, que tem feito um jornalismo bastante crítico na área política veio com a história de que O Brasil sai maior da crise. Só falta falar então que a crise foi boa. Seria até boa a piada, se não estivéssemos nela. O Brasil sempre se recupera, sempre se sai bem. Só esquecessem de dizer que nem ao patamar anterior nós voltamos. E também não dirão jamais que este patamar já não era bom.
É uma afinidade estranha com um governo que peca em praticamente tudo quando se pensa numa economia sustentável e com algum fôlego para enfrentarmos os tempos difíceis que vem por aí. Sem falar que também é um governo que, como disse um ministro de Lula, é o mais corrupto da nossa história. Mas o fato é que, mesmo praticando toda espécie de maracutaia, se atender a certos interesses, na economia dá para perdoar até ministro da Fazenda envolvido em invasão e divulgação do sigilo bancário do contribuinte.
Lula só reclama da imprensa porque precisa apontar demônios para que a população não perceba que o diabo é ele mesmo. A cobertura do primeiro aniversário da crise faz do Brasil um paraíso blindado em meio à crise. A palmas abafam o senso crítico. Para a crise nada? Tudo! Bem, tomara que com isso a imprensa consiga ao menos segurar os anunciantes.
Chega a ser apavorante que nesta situação que o planeta atravessa, nossos jornalistas ainda analisem a economia completamente dissociada do meio ambiente, uma questão estrutural sempre relegada a segundo plano e que, até por isso, hoje adquire um valor vital. O desenvolvimento brasileiro é baseado na queima dos nossos recursos naturais. E já não sobra muito para fazer caixa.
Só olhos treinados podem ver a verdade nas análises do aniversário da crise. Está nas entrelinhas, em pequenas notas ou numa ou outra coluna de analistas mais sérios. Daí pode-se ver a falsa musculatura da economia anabolizada para as eleições de 2010.
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POR José Pires
É interessante, pois a crise não pode ser discutida com rigor exatamente porque ela afetou o caixa da mídia também com rigor. E exatamente no momento em que esta mídia já estava envolvida com outra crise mais grave, provocada em boa parte pelas novas tecnologias. Vivendo uma crise financeira e de identidade que atinge os próprios conceitos de comunicação e ainda levando uma paulada da crise, nossos jornais tentam criar um clima otimista para pelo menos salvar os anúncios.
Noutro dia até o Estadão, que tem feito um jornalismo bastante crítico na área política veio com a história de que O Brasil sai maior da crise. Só falta falar então que a crise foi boa. Seria até boa a piada, se não estivéssemos nela. O Brasil sempre se recupera, sempre se sai bem. Só esquecessem de dizer que nem ao patamar anterior nós voltamos. E também não dirão jamais que este patamar já não era bom.
É uma afinidade estranha com um governo que peca em praticamente tudo quando se pensa numa economia sustentável e com algum fôlego para enfrentarmos os tempos difíceis que vem por aí. Sem falar que também é um governo que, como disse um ministro de Lula, é o mais corrupto da nossa história. Mas o fato é que, mesmo praticando toda espécie de maracutaia, se atender a certos interesses, na economia dá para perdoar até ministro da Fazenda envolvido em invasão e divulgação do sigilo bancário do contribuinte.
Lula só reclama da imprensa porque precisa apontar demônios para que a população não perceba que o diabo é ele mesmo. A cobertura do primeiro aniversário da crise faz do Brasil um paraíso blindado em meio à crise. A palmas abafam o senso crítico. Para a crise nada? Tudo! Bem, tomara que com isso a imprensa consiga ao menos segurar os anunciantes.
Chega a ser apavorante que nesta situação que o planeta atravessa, nossos jornalistas ainda analisem a economia completamente dissociada do meio ambiente, uma questão estrutural sempre relegada a segundo plano e que, até por isso, hoje adquire um valor vital. O desenvolvimento brasileiro é baseado na queima dos nossos recursos naturais. E já não sobra muito para fazer caixa.
Só olhos treinados podem ver a verdade nas análises do aniversário da crise. Está nas entrelinhas, em pequenas notas ou numa ou outra coluna de analistas mais sérios. Daí pode-se ver a falsa musculatura da economia anabolizada para as eleições de 2010.
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POR José Pires
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