terça-feira, 5 de maio de 2009

Minha gente, agora vai

A volta em grande estilo da conversa sobre um terceiro mandato para Lula faz a gente pensar que, afinal, a doença de Dilma Rousseff não é algo tão tranqüilo como tentam aparentar.

O grande estilo fica por conta dos dois maiores entusiastas do terceiro mandato: Roberto Jefferson e Fernando Collor, lideranças altamente representativas do notório PTB.

Em entrevista ao Valor Econômico, Collor garantiu que o Congresso aprovaria de “maneira entusiástica” o terceiro mandato. Não duvido disso. E o próprio Collor entrega na entrevista as razões para manter Lula no poder.

Está tudo muito bem amarrado. Bem isso já sabíamos, mas é interessante obter o testemunho franco de alguém como o ex-presidente que Lula na oposição acusava de maracutaias e que agora está tão satisfeito com Lula no poder que teme que mesmo uma vitória de Dilma Rousseff venha a desarranjar os acertos. O ex-presidente e agora senador Collor continua se encantando com o próprio gogó. Nem é preciso decifrar entrelinhas para entender que está tudo dominado.

Vejam como ele entrega mesmo o jogo. “Dos 17 partidos com representação no Congresso, 13 ou 14 fazem parte da base de sustentação do governo. Estão todos atendidos pelo governo nas suas reivindicações”, ele diz, para depois colocar seus temores: “Uma mudança de governo significaria quebrar toda essa construção, que custou muito esforço para ser erguida”. Ah, nada como ouvir um homem franco.

Vendo, ou melhor, ouvindo, as coisas por este ângulo, ele tem toda a razão. É Lula de novo. Mas com esta opinião, que é uma das mais abalizadas para este assunto e que certamente ecoa a voz comum das duas casas legislativas, Collor também dá a certeza aos brasileiros de que um terceiro mandato do presidente inzoneiro é meter de vez os pés na lama da corrupção e da incompetência.

Mas se vier mesmo a disputar o terceiro mandato Lula não tem que se preocupar com a organização da campanha. O caixa e a condução política já tem dois mestres na condução: Roberto Jefferson e Fernando Collor.
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POR José Pires

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