sexta-feira, 1 de maio de 2009

Remédio com contra indicação

Não é à toa que Lula se insurge contra o modo de agir da Organização Mundial da Saúde (OMS) no controle da gripe suína. Aqui ele vê “terrorismo”. Sobre seu ministro que sai pelo país gritando que “vai faltar alimentos”, ele se cala.

Muita gente, com razão, reclamou de Lula não esclarecer de onde vem o “terrorismo”. Não existe terrorismo algum, é óbvio. O problema de Lula é com o método.

Procedimentos como o da OMS, que envolvem rigor técnico e transparência, inclusive na admissão das dificuldades no controle da doença, podem fazer muito mal ao governo petista. Mas deste remédio eles não morrem, pois não tomam.

Mas, além do ataque frontal à legislação, o governo Lula age também nos bastidores para desmontar a legislação. No início do mês passado o governo fez passar na Câmara uma emenda que põe fim à necessidade de licença ambiental prévia para obras em rodovias brasileiras. A emenda foi embutida às escondidas na medida provisória que tratava do Fundo Soberano. A justificativa governista é fazer avançar as obras do PAC, daí a emenda passando com o trator por cima da legislação ambiental. O desmatamento que deve sobrevir com o fim da licença, claro, fica para se pensar no futuro. Se houver.   

O importante é desmontar leis. E neste jogo, para falar de um modo parecido com o dele, Lula tem em Dilma Rousseff uma feroz atacante. José Dirceu também era, mas agora ele dá ordens apenas fora de campo. Dilma tem um histórico de não gostar de leis que regulamentam procedimentos públicos. Para ela, tudo tem que ser do seu jeito e ponto final.

É o seu perfil, desde que quando foi secretária de governos brizolistas no Rio Grande do Sul, antes de virar petista. Bem, o autoritarismo  foi sempre uma linha de conduta. Quando se lutava pela democracia na década de 60 o que fazia a ministra? Ora, estava em um grupo armado que queria a implantação de uma ditadura comunista no Brasil.
.......................
POR José Pires

Nenhum comentário: