sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lula, o nosso Rojas, e sua fogueteira

Como faz sempre depois de cometer alguma besteira, Lula submergiu. Depois do papelão de ontem, quando disse que o candidato José Serra havia sido atingido apenas por uma bolinha de papel, o Supremo Apedeuta foge da imprensa. Hoje, depois de participar de uma cerimônia na Base Aérea de Brasília, os jornalistas perguntaram se ele não havia se precipitado em sua declaração. Ele deu um sorriso, acenou de longe e deu no pé.

Na década de 80 os petistas ficavam fulos quando o saudoso jornalista Paulo Francis dizia que Lula, ainda começando a carreira política, devia ser tratado à chicotadas. Pois é. Mas não é só nisso que Francis revelou dotes de profeta.

A faixa presidencial tem que ser respeitada. Mas o homem que a usa atualmente merece algum respeito? O que vimos o presidente da República fazer foi a incitação da violência. Em qualquer das duas situações, seja pela sua cínica versão da bolinha de papel ou da agressão mais violenta, que foi comprovada em reportagem do Jornal Nacional, Lula agiu de forma desequilibrada e desonrosa.

No momento em que Serra foi atingido na cabeça, havia um início de conflito num local público, com muitas mulheres e crianças. A provocação veio de cabos-eleitorais de Dilma Rousseff, que foram ao encontro da comitiva do candidato do PSDB. É óbvio que o pior foi evitado apenas porque os tucanos agiram de forma equilibrada, contornando a situação perigosa criada pelos petistas.

Mesmo que fosse apenas uma bolinha de papel, havia ocorrido algo muito grave, um acontecimento que deveria ser condenado de imediato por qualquer pessoa de bom senso. Até para que não seja repetido nesta e em nenhuma outra eleição. Mas o que a liderança petista fez? Se reuniram para encontrar uma sacada marqueteira e se aproveitarem do episódio.

Daí deve ter surgido a lembrança do episódio do goleiro Rojas fingindo ter sido atingido por um rojão num jogo importante contra do Chile contra a Seleção Brasileira, no Maracanã. E o presidente da República está aí para fazer o papel de provocador de campanha eleitoral. Lula não respeita a faixa há bastante tempo. Então ele e sua candidata saíram falando disso como se fossem espertos.

O que se sabe agora com certeza é que Lula fez o papel de Rojas, repassando a farsa da inofensiva bolinha de papel. É ele o farsante. É ele o Rojas. Porém, naquele caso do goleiro chileno havia também uma fogueteira que lançou o rojão das arquibancadas. Não havia nada combinado entre o chileno e a fogueteira, como agora entre os petistas, mas com Lula como Rojas, o papel de fogueteira pode ficar com a Dilma.
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POR José Pires

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