O José Serra que conhecemos até começar esta campanha já perdeu esta eleição. Calma, não entrei no coro do “já ganhou” para a candidata do PT, mas é difícil encontrar alguém que acredite em vitória tucana mesmo que haja um segundo turno entre Dilma e Serra. Só com um milagre, dizem alguns, mas como Serra é um convertido recente é difícil crer que Deus lhe conceda esta graça.
E fui bem claro de que estava falando do outro Serra, aquele que depois sofreu tal transformação que acho que nem suas tias devem reconhecer na TV. Quando a gente vê este Serra do debate de ontem na Rede Globo, sem fazer nenhuma interrogação firme para a Dilma, até dá saudade daquele outro. As tias dele devem sentir isso também.
Serra sofreu uma tal transformação na sua imagem que apenas uma vitória nesta eleição pode permitir que ele siga com prestígio na carreira política. Está naquela situação crucial do ganhar ou ganhar. Fora disso, vai ficar difícil seguir a carreira. O Serra anterior a esta eleição, um político que era respeitado até intelectualmente, ah, este Serra não existe mais.
Os elogios ao Lula e a dificuldade de se colocar de um modo firme na campanha, ou pelo menos coerente com seu passado, criaram um outro Serra, infelizmente muito próximo dos políticos comuns.
Uma cena de destaque de seu último programa político na TV mostra bem o que o espera depois de contado o último voto da urna, seja no primeiro ou segundo turno. A cena mostra Serra lendo a Bíblia na sala da casa de uma pessoa pobre.
Chega a ser constrangedor de tão tolo e é também patético, porque duvido que algo assim traga votos que compensem o desgaste do candidato nos meios onde ele sempre teve prestígio político e apoio eleitoral.
Não é uma questão de ser ateu ou religioso, mas é que o uso da religião ou até da submissão aos que a usam como forma de pressão política já deu provas suficientes de que termina em porcaria. Fortalece a opressão e ameaça a liberdade não só das minorias. Também dá em corrupção, como já vimos muito bem com as bancadas “religiosas” no Congresso Nacional.
Mas sei como é que acaba indo para o ar uma cena desastrosa como esta. Vem da análise da política com olhos de marqueteiro. E isso tapa a visão sobre amplos aspectos da existência, mas vamos ficar no mais simples: depois da eleição a vida do candidato continua. E ele vai sair por aí com uma Bíblia na mão?
Olha só que lição importante num período tão curto: não se deve dar a própria vida nas mãos de um marqueteiro. E o interessante é que aquele outro Serra parecia saber disso.
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POR José Pires
E fui bem claro de que estava falando do outro Serra, aquele que depois sofreu tal transformação que acho que nem suas tias devem reconhecer na TV. Quando a gente vê este Serra do debate de ontem na Rede Globo, sem fazer nenhuma interrogação firme para a Dilma, até dá saudade daquele outro. As tias dele devem sentir isso também.
Serra sofreu uma tal transformação na sua imagem que apenas uma vitória nesta eleição pode permitir que ele siga com prestígio na carreira política. Está naquela situação crucial do ganhar ou ganhar. Fora disso, vai ficar difícil seguir a carreira. O Serra anterior a esta eleição, um político que era respeitado até intelectualmente, ah, este Serra não existe mais.
Os elogios ao Lula e a dificuldade de se colocar de um modo firme na campanha, ou pelo menos coerente com seu passado, criaram um outro Serra, infelizmente muito próximo dos políticos comuns.
Uma cena de destaque de seu último programa político na TV mostra bem o que o espera depois de contado o último voto da urna, seja no primeiro ou segundo turno. A cena mostra Serra lendo a Bíblia na sala da casa de uma pessoa pobre.
Chega a ser constrangedor de tão tolo e é também patético, porque duvido que algo assim traga votos que compensem o desgaste do candidato nos meios onde ele sempre teve prestígio político e apoio eleitoral.
Não é uma questão de ser ateu ou religioso, mas é que o uso da religião ou até da submissão aos que a usam como forma de pressão política já deu provas suficientes de que termina em porcaria. Fortalece a opressão e ameaça a liberdade não só das minorias. Também dá em corrupção, como já vimos muito bem com as bancadas “religiosas” no Congresso Nacional.
Mas sei como é que acaba indo para o ar uma cena desastrosa como esta. Vem da análise da política com olhos de marqueteiro. E isso tapa a visão sobre amplos aspectos da existência, mas vamos ficar no mais simples: depois da eleição a vida do candidato continua. E ele vai sair por aí com uma Bíblia na mão?
Olha só que lição importante num período tão curto: não se deve dar a própria vida nas mãos de um marqueteiro. E o interessante é que aquele outro Serra parecia saber disso.
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POR José Pires
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