quinta-feira, 12 de junho de 2008

E novamente aparece o José Dirceu

E não é que surgiu mais uma do José Dirceu? Pois é, já está até se tornando coisa banal o ex-ministro da Casa Civil de Lula aparecer metido em encrenca. Isso é um perigo, já está ficando parecido com aquela história do cachorro que mordeu o homem: não é notícia. Logo mais denúncia de corrupção com José Dirceu no meio nem vai para as manchetes. Fica para a página de notas. Vai ficar todo mundo esperando o Dirceu morder o cachorro.

A nova denúncia contra o homem forte (tem gente que diz ex-homem forte, mas não acho correto) do governo Lula saiu agora há pouco, no início da noite, no site da revista Época. O enrosco é em Minas Gerais. O prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), voltou para cadeia. Ele já havia sido preso em abril, quando na primeira fase da “Operação Pasárgada” a Polícia Federal apreendeu armas e R$ 1,120 milhão em sua casa. Ele voltou a ser preso porque não conseguiu não conseguiu comprovar a origem do dinheiro.

As provas mais contundentes apreendidas pela PF estavam na gaveta do próprio prefeito, conta a Época: “Na primeira fase da Operação Pasárgada, em abril passado, além de deter Bejani, a Polícia Federal apreendeu documentos, computadores, armas de uso exclusivo das Forças Armadas e R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo que o prefeito guardava em casa. As buscas se estenderam ao gabinete dele, na prefeitura. E foi justamente lá que os agentes encontraram um pacote com oito DVDs. Durante semanas, eles se debruçaram sobre o farto material. Era nos discos que estava a maior surpresa: eram vídeos, e neles havia cenas de corrupção explícita, em que o próprio Bejani era o personagem principal”.

A revista teve acesso às gravações. E num dos vídeos, gravado em maio de 2006, Bejani cita o ex-ministro José Dirceu. Enquanto recebe pacotes de dinheiro como propina, o prefeito de Juiz de Fora fala de uma reunião com Dirceu para tratar da liberação de R$ 70 milhões para a prefeitura. O prefeito diz: “Sabe quanto isso dá de comissão? R$ 7 milhões”.

É evidente que José Dirceu já negou tudo. Mas as “coincidências” fortalecem as suspeitas. O contrato com a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades, foi de fato assinado 50 dias depois. Na época Dirceu já não era mais ministro e havia sido cassado sete meses antes, mas na descrição da cena para a Justiça Federal, a PF afirma que a “captação [do dinheiro] teria sido intermediada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e que só a comissão, provavelmente a título de propina, seria de R$ 7 milhões”.

E na mesma gravação Bejani afirma que teria uma reunião com Dirceu em Belo Horizonte naquele dia, 10 de maio de 2006. Ocorre que na data José Dirceu esteve na capital mineira. Lá acabou sendo vaiado e xingado por estudantes da PUC mineira, onde fez uma palestra.

Leia mais no site da Época, onde você também pode assistir ao vídeo onde o companheiro histórico de Lula é citado.
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POR José Pires

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