segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ministrando realidades

É mais ou menos o que Tarso Genro faria. Ele é bom de comentários. Quando ouço essa gente até penso que no governo devíamos colocar companheiros (gostaram?) como o finado Paulo Francis. Na falta dele, temos aí também Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Janio de Freitas, Merval Pereira, Ali Kamel e tantos outros bons jornalistas que comentam política. Estão no seu papel, é claro.

Porém, de quem está no executivo espera-se mais que um comentário. Mas esta é a praça de Tarso Genro. Mal espero sua chegada para me deliciar com suas frases. O ministro tem sempre uma tese para realçar seu papel em qualquer realidade.

Que papel? Não me perguntem. Ludwig Wittgenstein dizia que “sobre o que não se pode falar, deve-se calar”. Bem, a filosofia discute bastante o assunto. A linguagem, infelizmente e mesmo que o ministro não queira aceitar, não cria realidades.

Tarso Genro, quem não se lembra, é o líder petista que falava em “refundação” do PT, numa suposta revolta contra os mensaleiros que tomaram conta do partido. Genro só não explicava o que ele, como líder importante da sigla, havia feito até então para evitar a roubalheira que, enfim, acabou ocorrendo.

Ele é especialista em tudo. Prefeito de Porto Alegre, de onde foi chutado nas urnas, era mestre em questões urbanas. Na pasta do Conselho de Desenvolvimento, dava saltos diários de crescimento e progresso econômico. E no ministério da Educação, falava como um sábio do ensino superior. Mas no final o que fez foi uma política assistencialista, com suas cotas racistas e acomodatícias do fracasso do ensino básico. Não serviu nem para fechar faculdade privada picareta.
........................
POR José Pires

Nenhum comentário: