segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Diplomacia metida a besta

Lula tem a mania de se fazer de importante. É um problema pessoal, muito ajudado por acadêmicos e políticos, com os primeiros ajudando-o bastante desde que ele se lançou na política, acobertando seus graves defeitos pessoais — entre eles, o de aproveitar esse encanto para se aproveitar dos encantados.

Se a pessoa for confiar em certos acadêmicos ou políticos, é capaz de achar que a abertura democrática no Brasil e a posterior democracia foi obra de Lula quando era lider sindical. E não foi assim. A conquista da democracia no Brasil teve atores bem mais importantes. E inicialmente, Lula com seu PT até atrapalhou.

Mas ele gosta de se dar ares da maior importância. É uma forte característica pessoal sua, marcada repetidamente pelo bordão “nucanestipaiz”. A vaidade do chefe, no entanto, contaminou todo o governo. Por aqui, nenhum problema. Com a oposição incompetente que tem, Lula pode arrotar com tranqüilidade o peru enquanto palita a mortadela nos dentes. O país pode estar sendo tomado por mílicias terroristas, como acontece no Rio, por exemplo, e ele deitar falação sobre as obras de seu governo na área da segurança. A classe política não vai mesmo chiar. Parece que todos estão muito bem contemplados.

Então ele pode ser metido a besta. Mas o problema é quando acontece o contágio em áreas muito delicadas, onde um mal entendido não dá para ser resolvido com benesses às custas do Estado. Como nas relações exteriores, por exemplo. O problema não é novo, mas o afobamento do Ministério das Relações Exteriores com o caso de Paula Oliveira, na Suiça, mostra que a falta de equilíbrio está afetando até uma área onde as palavras tem um peso bem diferente do que acontece com a nossa política interna.

O presidente até poder ser metido a besta. Chega a ser engraçado. já que o pitoresco é que domina a nossa política. Mas uma diplomacia assim não tem absolutamente graça nenhuma.
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POR José Pires

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