sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

E de novo o Brasil passa vergonha

E o caso Paula Oliveira terminou de um modo muito ruim para o Brasil. A advogada confessou à polícia que mentiu sobre a agressão que disse ter sofrido de três skinheads neonazistas próximo de Zurique, na Suiça, quando eles teriam feito cortes em seu corpo, marcando em sua pele a sigla do partido suíço de direita, o SVP, atualmente no governo.

O que vimos é que o problema estava bem encaminhado pela polícia suíça até a imprensa brasileira e governo Lula entrarem no meio. Poderia ter acabado de forma razoável também para a moça, que não estaria agora no centro de um imbróglio internacional e com a vida bem complicada. Na Suiça ela não pode ficar mais. Aqui no Brasil terá bastante complicações no cotidiano.

Já historiei o caso aqui no blog, desde o momento em que o jornalista Ricardo Noblat deu a notícia em primeira mão. A publicação da notícia no blog do Noblat resultou no efeito manada que costuma acometer nossa imprensa, especialmente em casos passionais. Blogs, sites e jornais se meteram em estranhas teorias sobre a perseguição a brasileiros no exterior e na dicussão de uma suposta xenofobia suíça, quando o que havia era evidentemente um caso obscuro que exigia o maior cuidado.

Para notar que havia algo pelo menos suspeito na versão contada pela moça, bastava prestar um pouco mais de atenção à foto que mostra as marcas no corpo dela — foto distribuída pela própria vítima, é bom lembrar. Teve gente, como o jornalista Reinaldo Azevedo, que desde o início apontou a superficialidade e também a regularidade dos cortes na pele, algo difícil de acontecer em uma agressão como a relatada.

Mas a imprensa preferiu compor uma manada. E manada costuma chegar é no abismo.
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POR José Pires

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