terça-feira, 24 de agosto de 2010

Benefício com custo alto demais

Entre as lições que esta eleição trouxe para a oposição, uma delas é sobre o cuidado que se deve ter na composição das alianças. O problema é que esta é uma questão bem velha, entretanto, como ficamos sabendo agora que burro velho (ou tucano velho, tanto faz) tem a necessidade inclusive de antigas lições, resta-nos torcer para que a dificuldade com ensinamentos novos não seja a mesma com lições até mais velhas que o próprio burro.

Podemos começar com uma questão, velhíssima também, a do custo-benefício, coisa simples que até alguém sem doutorado em economia, como é o caso da Dilma Rousseff, não teria dificuldade em saber.

Numa análise de custo-benefício, qual teria sido o fator que pesou para que José Serra (ou Zé, se já não deixaram pra lá esta imensa besteira) aceitasse o PTB na aliança formada em volta de sua candidatura?

Tudo concorre contra a companhia do PTB em qualquer tipo de avaliação que se faça sobre este partido. Para os tucanos, então, sair em campanha com os logotipos lado a lado é enterrar boa parte do discurso que poderia alavancar a subida de Serra, a começar pela da corrupção, tema que é a base óbvia de desgaste de Lula e do PT, com o mensalão como um fato destacado de reforço à questão.

Mas fica difícil de convencer o eleitor com o discurso contra a corrupção, tendo ao lado o PTB e ainda mais estando na presidência do partido o inacreditável Roberto Jefferson, que fez a denúncia do mensalão apenas porque teve problemas com sua cota na partilha do suborno.

O que tem de lucro na parceria com o PTB é apenas seu tempo no horário eleitoral no rádio e na TV, o que é muito pouco, cerca de 1 minuto. Não dava para o PSDB passar sem isso? Claro que dava, mas ficaram centrados no horário gratuito, sem fazer uma análise séria sobre o custo-benefício. E isso porque os tucanos tem a imagem de entenderem bastante de economia.
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POR José Pires

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