Sobre o post "Prova eleitoral", onde falo sobre os doze candidatos a vereador e um a vice-prefeito que foram reprovados em um exame simplíssimo de língua portuguesa e tiveram as candidaturas indeferidas pelo juiz do TRE que aplicou a prova, Newton Moratto postou um comentário que merece ser destacado. Veja abaixo.
A questão colocada acaba por refletir necessariamente na segunda etapa da eleição, e permite formular o seguinte axioma: se não há qualidade (esta e outras) no candidato, por certo não haverá qualidade no mandato a ser exercido, se eleito for.
Aliás, convém trazer à tona a informação fornecida pelo TSE a respeito do nível educacional dos eleitores, outro ponto que merece consideração e destaque, e está umbilicalmente ligado ao nível dos candidatos, sobretudo porque estes brotam do meio dos eleitores.
A seguinte informação foi divulgada pelo TSE:
"As estatísticas do eleitorado brasileiro em 2008, divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicam que, dos mais de 128 milhões de cidadãos aptos a votar nas eleições municipais deste ano, 56% (72 milhões 270 mil 315) têm primeiro grau incompleto.
Do universo de votantes, mais de 8 milhões foram identificados como analfabetos. Alagoas é o estado com maior percentual de eleitores analfabetos (22,5%) e Santa Catarina, o menor (2 %).
Em números absolutos, a Bahia tem a maior quantidade de eleitores analfabetos. São 894 mil 349 eleitores, seguida do estado de São Paulo, que tem 864 mil 885 eleitores que não sabem ler, nem escrever."
Então fica assim: os candidatos são analfabetos, os eleitores também. Qual a conclusão? Se aos representantes, eleitos pelo voto, cabe principalmente participar na elaboração do processo legislativo, teremos, após os debates no parlamento, leis promulgadas por quem? Por analfabetos.
Algo contra os analfabetos? Absolutamente não. Isto é só uma constatação. Os analfabetos ou quase analfabetos devem ser expurgados do processo político? Não, mais uma vez. Só os alfabetizados – e bem alfabetizados – é que devem integrar o quadro representativo da população? Também não.
Mas que há uma grande distorção neste processo que merece reparo, não há duvida.
Pode se dizer que isto é democracia representativa. Será que é mesmo? O nível e a qualidade dos candidatos são os reflexos da própria sociedade? Isto parece certo. Contudo, isto é representação? A representação popular está distorcida todos sabem, mas se não houver urgentemente uma modificação deste cenário, as esperanças de sua melhoria serão nulas.
O voto distrital, misto ou puro, o voto facultativo, e outras formas de representatividade deveriam estar na pauta do Congresso Nacional. Porém, não estão. A razão me parece simples. É por conta de outro analfabetismo pior: o analfabetismo político.
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ENVIADO POR Newton Moratto
A questão colocada acaba por refletir necessariamente na segunda etapa da eleição, e permite formular o seguinte axioma: se não há qualidade (esta e outras) no candidato, por certo não haverá qualidade no mandato a ser exercido, se eleito for.
Aliás, convém trazer à tona a informação fornecida pelo TSE a respeito do nível educacional dos eleitores, outro ponto que merece consideração e destaque, e está umbilicalmente ligado ao nível dos candidatos, sobretudo porque estes brotam do meio dos eleitores.
A seguinte informação foi divulgada pelo TSE:
"As estatísticas do eleitorado brasileiro em 2008, divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicam que, dos mais de 128 milhões de cidadãos aptos a votar nas eleições municipais deste ano, 56% (72 milhões 270 mil 315) têm primeiro grau incompleto.
Do universo de votantes, mais de 8 milhões foram identificados como analfabetos. Alagoas é o estado com maior percentual de eleitores analfabetos (22,5%) e Santa Catarina, o menor (2 %).
Em números absolutos, a Bahia tem a maior quantidade de eleitores analfabetos. São 894 mil 349 eleitores, seguida do estado de São Paulo, que tem 864 mil 885 eleitores que não sabem ler, nem escrever."
Então fica assim: os candidatos são analfabetos, os eleitores também. Qual a conclusão? Se aos representantes, eleitos pelo voto, cabe principalmente participar na elaboração do processo legislativo, teremos, após os debates no parlamento, leis promulgadas por quem? Por analfabetos.
Algo contra os analfabetos? Absolutamente não. Isto é só uma constatação. Os analfabetos ou quase analfabetos devem ser expurgados do processo político? Não, mais uma vez. Só os alfabetizados – e bem alfabetizados – é que devem integrar o quadro representativo da população? Também não.
Mas que há uma grande distorção neste processo que merece reparo, não há duvida.
Pode se dizer que isto é democracia representativa. Será que é mesmo? O nível e a qualidade dos candidatos são os reflexos da própria sociedade? Isto parece certo. Contudo, isto é representação? A representação popular está distorcida todos sabem, mas se não houver urgentemente uma modificação deste cenário, as esperanças de sua melhoria serão nulas.
O voto distrital, misto ou puro, o voto facultativo, e outras formas de representatividade deveriam estar na pauta do Congresso Nacional. Porém, não estão. A razão me parece simples. É por conta de outro analfabetismo pior: o analfabetismo político.
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ENVIADO POR Newton Moratto
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