quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Marketing da violência

Que Lula e o PT sempre culpam a vítima, isso todo mundo sabe, mas o presidente da República passou dos limites fazendo gozação com a agressão sofrida pelo candidato José Serra ontem no Rio de Janeiro. A gente sabe também que Lula não respeita a solenidade do cargo de presidente da República, aliás de cargo algum, mas faria bem alguém que o alertasse que, num caso desses, o papel do presidente brasileiro não é o de acirrar os ânimos.

Um presidente deve unir os brasileiros e zelar por uma disputa eleitoral democrática e evidentemente pacífica. É claro que escrevemos isso só para constar, pois pedir equilíbrio ao Lula é o mesmo que pedir para Dilma não mentir.

Não há muito o que se possa fazer com um político que faz piada até com prisioneiros políticos, como ele fez quando comparou os prisioneiros políticos do regime de Fidel Castro com os criminosos comuns presos no Brasil.

Porém, a coisa está ficando grave. Eles já estão treinando com marqueteiros os desaforos contra as vítimas. Por volta das 14 horas, no Rio Grande do Sul, Lula comentou a agressão a Serra dessa maneira: "A mentira que foi produzida ontem pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa (...) aliás, ontem deveria ser denominado o dia da farsa, o dia da mentira".

O petista comparou o episódio com o ex-goleiro da seleção chilena, Roberto Rojas, que fingiu ser atingido por um sinalizador em 1989, em um jogo entre Brasil e Chile. Vou colocar na íntegra: "Venderam o dia inteiro que esse homem tinha sido agredido. Se vocês não viram ainda, vocês pegam o que foi divulgado e assistam para ver que é uma mentira mais grave do que a mentira do que a do Rojas, o goleiro do Chile, que no Maracanã caiu e fingiu que um foguete tinha atingido ele".

Pois bem, de manhã em Curitiba a candidata Dilma Rousseff, que como o chefe estava em campanha eleitoral no sul do país, quase foi acertada por uma bexiga cheia d'água atirada de um prédio. Logo depois, fazendo ironia com a agressão a Serra, ela comentou o seguinte: "Não sou o Rojas para ficar fazendo firula com isso porque, ao contrário dele, me esquivei."

É um jogo casado, é claro. É irresponsável, acirra os ânimos e estimula a violência. Como disse, vindo do PT e do Lula não causa surpresa alguma. A novidade é que agora estão fazendo isso treinados por marqueteiros.
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POR José Pires

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