sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ondas

Estou gostando das versões sobre a votação de Marina Silva. A versão da própria candidata é bem bacana. Para ela houve uma movimentação de eleitores com "postura e valores" que desembocou em seu nome. Ela só não explica porque este alevantamento cívico se concentrou em seus 19 milhões de votos sem resvalar nos 33 milhões de votos do Serra. Para lá só foi eleitor de olho em cargos? O Serra, hein? Só ele para atrair 33 milhões de gente sem "postura e valores".

É melhor lidar com políticos mais próximos de um padrão de normalidade. Políticos como Marina a gente nunca sabe se estão de onda ou acreditam mesmo no que estão falando. É capaz dela estar mesmo falando sério.

Gostei da explicação da Marina, mas a do Ciro Gomes é bem melhor. O Serra é fogo: emplacou o deputado meio cearense e mezzo paulista na cordenação de campanha da Dilma e a armação está rendendo. A animação na internet é total.

Ciro Gomes é uma peça rara. Qual é o político que sairia para passear de limusine nos Estados Unidos fazendo compras caras, filmaria este estranho passeio e ainda colocaria na internet? A família, ou "family", do Ciro fez isso. Mas o deputado neopaulista é precavido. Num determinado momento ele alerta a "family": - Pára com isso. Não vamu falar de compra não! Falar de compra e de dinheiro pra quê?"

E que outro político falaria que o vice da chapa da qual ele é agora um dos coordenadores, o deputado Michel Temer, é o chefe de um "ajuntamento de assaltantes"?

Mas eu dizia que gostei da sua versão para os votos da Marina. Para Ciro Gomes foi a "frouxidão moral" que motivou esse eleitores. E como quem perdeu com esta ida para o segundo turno foi sua candidata, Dilma, é sobre ela que ele deve estar falando. Ou então a "frouxidão moral" é do chefe do ajuntamento de assaltantes, não?

Mas ele não parou aí com sua brilhante análise. Os votos de Marina, segundo Ciro, também são dele. E evidentemente ele está falando das duas eleições que disputou para presidente da República, de 1998 e 2002.

Essa é uma versão sensacional: no inconsciente coletivo dos brasileiros está cravado um nome, o de Ciro Gomes; e cada movimentação que ocorre contra a "frouxidão moral" naturalmente é movida por esta imanente engrenagem que é o nome do deputado neopaulista que voltou pro Ceará.
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POR José Pires

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