quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vencer e vencer

Coisas estranhas acontecem no Rio de Janeiro. Na semana passada, em debate na televisão, o candidato do PV, Fernando Gabeira, disse que seu adversário do PMDB, Eduardo Paes, queria ganhar a qualquer preço. Gabeira se referia ao clima agressivo imposto pelo adversário na eleição do Rio de Janeiro. O que ocorre no Rio lembra bastante o "vencer ou vencer" de Collor de Mello.

Os ataques à Gabeira, com panfletos apócrifos e, agora, até com agressões, estão fazendo da eleição para a prefeitura carioca uma guerra, de forma unilateral pois a candidatura do PV é a única atacada. Gabeira mal tem dinheiro para a própria propaganda e não é de seu feitio mandar imprimir material apócrifo.

O mais estranho é que os panfletos difamatórios aparecem em tudos os cantos da cidade mas Paes nada tem a ver com eles. Mesmo quando surgem em comitês do peemedebista. A única explicação então é que um ser misterioso, talvez até de outro mundo, esteja fazendo o maior esforço pela vitória de Paes na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.

Ontem o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apreendeu no comitê de Paes, em Bangu, 15 panfletos com o título “Gabeira ofende a zona oeste”. No local havia também adesivos contra o candidato do PV. Imediatamente Paes negou que o comitê fosse dele.

Bem, como apenas dois candidatos disputam o segundo turno, então tem alguém, talvez o ser do outro mundo, dando para Paes uma mãozinha − bem pesada, diga-se.

E seria muito bom que este ser fosse logo encontrado, pois o teor agressivo está subindo. Ontem repórteres da Folha de S. Paulo presenciaram militantes de Paes atacando com pedras carros com adesivos de Gabeira. A agressão era comandada por um coordenador de campanha do candidato do PMDB. E claro que Paes nada tem a ver com isso.

E hoje em seu blog, o jornalista Ricardo Noblat informa que as duas filhas de Gabeira estão sendo ameaçadas. Elas começaram a ser seguidas por gente estranha e por isso foram aconselhadas por oficiais do BOPE a ficar em casa até o dia da eleição. Esses oficiais também se ofereceram para cuidar da segurança delas.

E nem adianta a imprensa ir atrás do candidato Eduardo Paes, o único beneficiado com o que anda acontecendo, pois ele evidentemente deve negar qualquer influência no acirramento do clima de agressividade na eleição do Rio.

Mas então onde estará o culpado? Para desvendar o mistério, a imprensa terá de descobrir o ser misterioso que quer ver Paes na prefeitura de qualquer jeito.
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POR José Pires

Um comentário:

Muller disse...

Otimo post!!!! Estou juntando links para divulgarmos nesse reta final:
Leituras para 26 de Outubro
Ja ta la o post do Noblat que vc fala, acho que é isso que temos que fazer: divulgar. A informação e os argumentos estão ai. É so fazer que eles rodem a rede.