terça-feira, 2 de junho de 2009

Comícios e propaganda dão resultado

Por isso é que na pesquisa espontânea todos vão pra baixo. Ciro Gomes e Heloísa Helena estão em seus devidos lugares: ambos com 1%. Acho muito, mas vá lá. Aécio Neves tem o dobro de Heloísa Helena, 2%. Acho que agora vai. E os cabeças, Serra e Dilma, estão respectivamente com 5% e 4%.

Reparem que as pesquisas já fazem até um trabalho de marketing antecipado. A ministra Dilma Roussef já é chamada simplesmente de Dilma, o que fez até eu aqui grafar a ministra Rousseff apenas como Dilma. Isso economiza bastante em propaganda.

É só para isso que as pesquisas servem. Para revelar as marcas. O posicionamento posterior de tais marcas vai depender dos donos. Serra cuida da sua e Lula cuida da sua, a Dilma, agora em sabor light.

É óbvio que já com marca na praça, Heloísa Helena levaria sua candidatura às alturas, se tivesse o apoio da máquina federal. É bastante parecido com a popularidade de Lula.

Conforme a Folha de S. Paulo informou numa ótima reportagem no domingo, atualmente a propaganda de Lula chega a 5.297 veículos. O governo tem toda uma máquina de informação oficial e oficiosa em funcionamento no rádio, televisão, jornais, revistas, internet e qualquer atividade cultural ou informativa que chega aos brasileiros, incluindo patrocínio de shows, teatro, exposições, rodeios ou qualquer outra coisa que junte gente.

O governo petista montou uma máquina de propaganda eficiente. Foram bem competentes nisso, o que eu não vejo como qualidade, porém como algo imoral e que só ocorre devido à uma condição política que envolve a promiscuidade de todos os partidos. Tem até aspectos ilegais, mas ninguém se mexe para condenar, pois praticamente todo político apenas espera o momento em que ele possa usar também. Se é que já não o fez quando esteve antes no Poder.

Essa instrumentalização do Estado é imoral no aspecto político e também muito perigosa. Forma-se uma cultura estatal que não deu bons resultados em nenhum país onde foi experimentado.

Mas a construção desta máquina faz efeito. Os tucanos nunca foram bons neste tipo de coisa e não vejo isso como um defeito. Acho até que é exatamente pelo fato de não terem construído esta habilidade em instrumentalizar o Estado no aspecto cultural e de informação que os tucanos são menos ruíns que o PT.

E para impulsionar a popularidade Lula também não sai do palanque. A atividade é tão intensa que até a própria ministra e candidata Dilma Rousseff já cometeu ato falho em lançamento de obra do PAC em Belo Horizonte, quando chamou o evento de “comício”.

A exposição de Lula na mídia é intensiva. Todo dia ele é notícia, muitas vezes com assuntos de governo da maior banalidade. A imprensa brasileira é bastante criticada pelos petistas, mas na verdade ela é uma mãe para Lula. Desconheço jornais em outros países mais abertos às banalidades da política que os do Brasil.

As viagens também ajudam a manter a exposição da imagem de Lula. Dos 122 dias úteis de trabalho deste ano, a previsão é que até o final deste mês o presidente, que aliás está viajando, tenha passado 73 em viagem. E com a imprensa atrás. Os jornais noticiam até lançamento de obra em cidade do interior do Nordeste.

Mas claro que a oposição ajuda bastante, pois o poder se desgasta de dois modos: ou pela crítica ou pelo contraste. Bem, se pela crítica não dá para esperar nada desta oposição, pelo contraste muito menos. O contraste seria mostrar ao eleitor uma opção de poder.

Outro dia estava olhando uma foto senadores dos tucanos Tasso Jereissati e... ai, ai, ai, como é mesmo o nome daquele tucano do Amazonas?, ah sim, o senador Arthur Virgílio ... Eu pensava então o que um amazonense ou um cearense responderia caso algum pesquisador perguntasse se ele prefere o PT ou um desses senadores no Poder.

Bem, tomara que ninguém faça essa pergunta.
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POR José Pires

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