terça-feira, 16 de junho de 2009

O discurso do chefão

O presidente do Senado, José Sarney, fez um discurso agora à tarde jogando a crise no colo de todos os seus colegas: “A crise é do Senado, não é minha”. Bem, se tivesse algum senador com dignidade no plenário, este deveria tomar a frase como uma acusação. E exigir provas do senador maranhense eleito pelo Amapá.

Mas ninguém cobrou nada de Sarney. Como o corporativismo é mais forte que qualquer senso de dignidade, cada um acomodou à sua maneira a bomba no colo. Parece que os senadores temem bem menos a opinião pública do que aquilo que o colega Sarney sabe sobre suas cumplicidades com o esquema de privilégios armado há mais de uma década naquela Casa.

E no final do discurso, ainda surgiu o senador Pedro Simon com uma estranha retórica com a qual pegou a fala de Sarney e assumiu-se como parte culpada. Vejam o que ele disse: “O presidente Sarney diz que a culpa não é dele, é de todo o Senado. Eu digo: a culpa é minha. Os erros acontecem pela nossa ação ou pela nossa omissão. Eu sou coresponsável”.

Se fosse outro senador eu pensaria que a reação foi combinada com o Sarney. Porém, sendo o senador Simon, a gente tem que dar um desconto. Mas ele acabou prestando um ótimo serviço para o Sarney. E de graça. O presidente do Senado nem tem que ajeitar nada para algum parente seu.

Pedro Simon é um ótimo exemplo para as novas gerações. Eu o apontaria para a juventude que esteja interessada em construir a vida com dignidade e ética. Sejam honestos, jovens, mas não como o senador Simon. Agindo do jeito dele, vocês só vão desmoralizar a honestidade.
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POR José Pires

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