Quanta honra. O próprio Ministério da Saúde responde a um texto meu, o do segundo post abaixo, onde afirmo que estão lavando as mãos sobre o controle da Gripe A ao repassar a responsabilidade deste mesmo controle para estados e municípios.
Ou o Ministério da Saúde está atendendo no domícilio, no caso, um blog, ou é monitoramento político. Procurei o perfil de quem deixou o comentário, que está até com e-mail supostamente do ministério, mas nunca se sabe. E a coisa está bem mal feita. No perfil do Blogger escreveram Saúde com inicial minúscula. Se for mesmo do ministério devem estar precisando de gente lá... para monitorar comentaristas de blog.
Portanto, sou mais pela segunda hipótese. Sabia que tinha leitores em Brasília, conforme o controle do blog mostra, mas seria novidade para mim que alguns estivessem no Ministério do doutor Temporão. Meu foco é outro, mais para o lado da doutora, ou melhor, ex-doutora, já que sabemos agora que ela mentiu, Dilma Rousseff.
Mas vamos lá. A “assessoria” responde o seguinte:
“A descentralização da administração pública é o modelo de gestão adotado no país. O que o Ministério da Saúde faz é orientar a população e as Secretarias Estaduais quanto aos melhores procedimentos de contenção da pandemia e disponibilizar os recursos necessários para que cada unidade da federação (com suas particularidades geográficas, climáticas e partidárias) tome as decisões cabíveis para conter os avanços da Influenza A (H1N1) no Brasil.”
Bem, ninguém estava falando de “modelo de gestão”. É óbvio que não podemos passar a saúde pública dos municípios para as mãos do Ministério da Saúde. Já imaginaram o ministro Temporão atendendo no Posto de Saúde? Não iria dar certo. Mas uma comunicação integrada podiam ter feito. Mais informação, melhor treinamento. Isso iria inclusive impedir que fossem tomadas medidas nos municípios que o próprio ministro critica depois pela imprensa.
Além disso, sabemos bem como é a “descentralização” do governo Lula. Descentraliza apenas quando pode ser favorecido. No mais, até dinheiro dos municípios este governo segura com mãos fortes, para depois distribuir o que é de direito como se fossem benesses. Que governo bom.
Mas voltemos à Gripe A. Já somos o terceiro país com maior número de mortes. Nos 15 países com maior número de mortos o Brasil tem o segundo menor índice. É o velho cálculo feito por 100 mil habitantes. Na verdade, o único resultado é que, neste último caso, estamos bem... entre os 15 piores.
Cabe notar, porém, que a doença chegou aqui algum tempo depois de ter passado por estes outros países, o que significa que o contágio no Brasil está sendo rápido. Calma, não estou criticando ninguém. É só constatação.
Na resposta ao post, a “assessoria” diz que o Ministério da Saúde “disponibiliza os recursos necessários para que cada unidade da federação (com suas particularidades geográficas, climáticas e partidárias) tome as decisões cabíveis”.
À parte as “particularidades geográficas, climáticas e partidárias”, que tomo como mais uma ironia boboca (devem estar pensando, como sempre acham, que o crítico é tucano), a “disponibilização” não tem sido feita com mesma rapidez de comentários em blogs.
Segundo o infectologista Edmílson Migowisky, a forma como o Ministério da Saúde vem ministrando o Tamiflu está errada e por isso é que tem havido mais mortes no Brasil do que em outros países, como a Inglaterra e o Chile. Para ele, esta é a causa de boa parte das mortes que ocorreram no país.
É interessante que no caso do Tamiflu tenha havido a centralização e no controle da doença pelo país afora tenham optado por deixar por conta de quem aparecer. Ah, é modelo de gestão. Bem, sorte nossa que a doença, ao menos por enquanto, não atingiu um estado maior de letalidade. Iria ser uma tremenda responsabilidade para a diretora da escola, o lojista, o dono de teatro, e tantos outros que estão definindo o que pode e o que não pode no controle da massa para não haver maior contágio.
Os desencontros, os bate-cabeças, estão acontecendo em todo o país. E se isso não é por falta de ação do Ministério da Saúde, então culpemos a Organização Mundial de Saúde, a ONU, OMC, por aí. Como falei abaixo, até câmaras de vereadores agora legislam sobre a Gripe A. Este "modelo de gestão" ainda vai acabar levando a gente pro buraco. Espero que não seja um de sete palmos.
......................
POR José Pires
Ou o Ministério da Saúde está atendendo no domícilio, no caso, um blog, ou é monitoramento político. Procurei o perfil de quem deixou o comentário, que está até com e-mail supostamente do ministério, mas nunca se sabe. E a coisa está bem mal feita. No perfil do Blogger escreveram Saúde com inicial minúscula. Se for mesmo do ministério devem estar precisando de gente lá... para monitorar comentaristas de blog.
Portanto, sou mais pela segunda hipótese. Sabia que tinha leitores em Brasília, conforme o controle do blog mostra, mas seria novidade para mim que alguns estivessem no Ministério do doutor Temporão. Meu foco é outro, mais para o lado da doutora, ou melhor, ex-doutora, já que sabemos agora que ela mentiu, Dilma Rousseff.
Mas vamos lá. A “assessoria” responde o seguinte:
“A descentralização da administração pública é o modelo de gestão adotado no país. O que o Ministério da Saúde faz é orientar a população e as Secretarias Estaduais quanto aos melhores procedimentos de contenção da pandemia e disponibilizar os recursos necessários para que cada unidade da federação (com suas particularidades geográficas, climáticas e partidárias) tome as decisões cabíveis para conter os avanços da Influenza A (H1N1) no Brasil.”
Bem, ninguém estava falando de “modelo de gestão”. É óbvio que não podemos passar a saúde pública dos municípios para as mãos do Ministério da Saúde. Já imaginaram o ministro Temporão atendendo no Posto de Saúde? Não iria dar certo. Mas uma comunicação integrada podiam ter feito. Mais informação, melhor treinamento. Isso iria inclusive impedir que fossem tomadas medidas nos municípios que o próprio ministro critica depois pela imprensa.
Além disso, sabemos bem como é a “descentralização” do governo Lula. Descentraliza apenas quando pode ser favorecido. No mais, até dinheiro dos municípios este governo segura com mãos fortes, para depois distribuir o que é de direito como se fossem benesses. Que governo bom.
Mas voltemos à Gripe A. Já somos o terceiro país com maior número de mortes. Nos 15 países com maior número de mortos o Brasil tem o segundo menor índice. É o velho cálculo feito por 100 mil habitantes. Na verdade, o único resultado é que, neste último caso, estamos bem... entre os 15 piores.
Cabe notar, porém, que a doença chegou aqui algum tempo depois de ter passado por estes outros países, o que significa que o contágio no Brasil está sendo rápido. Calma, não estou criticando ninguém. É só constatação.
Na resposta ao post, a “assessoria” diz que o Ministério da Saúde “disponibiliza os recursos necessários para que cada unidade da federação (com suas particularidades geográficas, climáticas e partidárias) tome as decisões cabíveis”.
À parte as “particularidades geográficas, climáticas e partidárias”, que tomo como mais uma ironia boboca (devem estar pensando, como sempre acham, que o crítico é tucano), a “disponibilização” não tem sido feita com mesma rapidez de comentários em blogs.
Segundo o infectologista Edmílson Migowisky, a forma como o Ministério da Saúde vem ministrando o Tamiflu está errada e por isso é que tem havido mais mortes no Brasil do que em outros países, como a Inglaterra e o Chile. Para ele, esta é a causa de boa parte das mortes que ocorreram no país.
É interessante que no caso do Tamiflu tenha havido a centralização e no controle da doença pelo país afora tenham optado por deixar por conta de quem aparecer. Ah, é modelo de gestão. Bem, sorte nossa que a doença, ao menos por enquanto, não atingiu um estado maior de letalidade. Iria ser uma tremenda responsabilidade para a diretora da escola, o lojista, o dono de teatro, e tantos outros que estão definindo o que pode e o que não pode no controle da massa para não haver maior contágio.
Os desencontros, os bate-cabeças, estão acontecendo em todo o país. E se isso não é por falta de ação do Ministério da Saúde, então culpemos a Organização Mundial de Saúde, a ONU, OMC, por aí. Como falei abaixo, até câmaras de vereadores agora legislam sobre a Gripe A. Este "modelo de gestão" ainda vai acabar levando a gente pro buraco. Espero que não seja um de sete palmos.
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POR José Pires
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