quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sarney, o presidente do golpe

O bafafá no Senado está rendendo elementos importantes para a História, além do lamaçal que junta Lula, Sarney, Renan Calheiros e Collor, garantindo para o petista um bom lugar no lixo da história.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo logo depois do incidente em que praticamente foi ameaçado por Fernando Collor, o senador Pedro Simon trouxe novidades sobre a subida de Sarney ao poder com a morte de Tancredo Neves em abril de 1985. Leiam na íntegra:

Onde começou sua desavença com o presidente Sarney?
Quando fui contra a candidatura dele à Vice-Presidência da República. O Tancredo Neves estava no quarto do hospital de Base, em 14 de março de 1985 (um dia antes da posse), perguntamos o que fazer ao dr. Ulysses Guimarães. E chegou o general Leônidas (ministro do Exército, levado por Sarney). O general disse que Sarney deveria assumir. Eu comecei a falar e dr. Ulysses não deixou eu falar e confirmou o Sarney. Aí foram embora Sarney e o general. Nós ficamos no quarto, e dr. Ulysses disse que estava tudo preparado há meses e que o general Leônidas estava comandando tudo. E o Sarney assumiu.

O senhor disse que foi um golpe.
Sim, um golpe, claro que foi. Deu golpe e virou presidente. E nós calamos a boca. O Tancredo não tinha assumido, não era presidente. Quem tinha de assumir era o presidente Congresso.”


A omissão com Sarney, portanto vem de longe, da véspera da posse. Depois, gente como Ulysses Guimarães e até mesmo Pedro Simon foram lenientes com a estruturação da corrupção naquele pós-ditadura. Com Collor, no início, não foi diferente. Depois, para finalizar, foram vagarosos e desta vez cúmplices com a montagem do esquema lulo-petista. Se Lula tivesse sido apeado do poder com o mensalão, é provável que o país fosse bem menos corrupto.

Mas o que fizeram então? Pouca coisa. Se não fosse a imprensa, é possível que a roubalheira nem tivesse chegado ao STF. Na classe política os corruptos dominam e os honestos são passivos. Só podia dar no que deu.
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POR José Pires

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