quinta-feira, 16 de abril de 2009

Carta aberta lembra o assassinato de Celso Daniel

Bruno José Daniel Filho, irmão do ex-prefeito Celso Daniel (PT), de Santo André, assassinado há sete anos, divulgou uma carta aberta para lembrar a data de aniversário do ex-prefeito, que completaria 58 anos hoje.

Depois de ter sido ameaçado de morte no Brasil, Bruno Daniel vive com a família na França, numa situação que define como exílio.

O assassinato de Celso Daniel em janeiro de 2002 é um dos estranhos casos em que o PT se encalacrou nos últimos anos. Foram muitos, mas o assassinato do ex-prefeito é uma nódoa moral na história do partido, pois apesar de envolver a tortura e morte de uma de suas lideranças mais importantes e um de seus fundadores, os petistas pouco fizeram para esclarecer o episódio. Ao contrário, a movimentação que houve foi para abafar o caso.

Quando Celso Daniel foi assassinado, todas as lideranças do PT, incluindo Lula, fizeram um escarcéu nacional alegando que havia uma conspiração visando matar lideranças petistas, sendo a morte do então prefeito o início da matança. Lula chegou a discursar emocionado no enterro de Celso Daniel alertando sobre o suposto plano terrorista. A alegação causou um início de pânico entre os petistas de todo o país, além de criar uma situação política embaraçosa para o governo de Fernando Henrique Cardoso, que teve que agir rápido para evitar desdobramentos mais graves na segurança pública do país.

Mas passado apenas alguns dias os líderes petistas abandonaram de forma sincronizada a tese de conspiração e começaram a propagar a tese de que havia sido apenas um crime comum de sequestro seguido de morte, versão que buscam impor até hoje, apesar dos inúmeros fatos que fortalecem as suspeitas de que o caso não é assim tão simples. Bruno Daniel cita em sua carta aberta alguns desses acontecimentos suspeitos.

Vou publicar a carta na íntegra, pois me parece um interessante documento dos tempos atuais.
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POR José Pires


Hoje, 16 de abril, Celso Daniel, meu irmão, estaria completando 58 anos de vida. Como todos sabem, foi seqüestrado, torturado e assassinado há mais de sete anos quando era prefeito de Santo André e coordenava a elaboração do programa de governo do então candidato à presidência da república Luis Inácio Lula da Silva. Sérgio Gomes da Silva, que o acompanhava no momento do seqüestro, foi denunciado pelo Ministério Público como mandante desse crime. Foi preso por um pequeno período, mas responde em liberdade, após obter habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, sob a alegação de que não representa perigo para a sociedade.

Apesar de todas as evidências colhidas pelo MP que mostraram que o crime foi planejado e que há pelo menos um mandante, o Poder Judiciário ainda sequer decidiu...
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