Todo dia aparece mais um que usou sua cota de passagens da Câmara para agraciar parentes e terceiros. Gosto deste “terceiros”. Encaixa tudo aí, já que um terceiro pode ser inclusive uma amante.
Agora é a vez do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do deputado Fernando Gabeira. Temer não é supresa. A forma leniente como lida com as amoralidades da Câmara sempre dão a impressão de que ele está metido em alguma coisa. Dessa farra ele comprovadamente participou. De qualquer modo, as justificativas de Temer sempre trazem um conteúdo engraçado a qualquer assunto.
Não deveria ser o seu papel, mas ele parece sempre estar falando com ironia. Sobre o fato do deputado Fábio Faria ter dado passagens da sua cota para a então namorada Adriane Galisteu, o presidente da Câmara disse que “não é um padrão normal”. E nada mais fez.
Sobre o uso das passagens, Temer soltou nota oficial usando o termo “terceiros”, o que, como eu já disse, é um perigo porque significa tudo. Já disse aqui, sem exagero, que o presidente da Câmara é político desde que Brasília foi construída, mas mesmo assim ele tenta convencer a opinião pública que desconhece as regras internas da casa.
Na nota oficial ele afirma que repassou sua cota para “familiares e terceiros não envolvidos diretamente com a atividade do Parlamento” e justifica dizendo que o fez porque inexistem “regras claras definindo os limites da sua utilização”.
Na nota o parlamentar diz também que “determinou estudos para a readequação e reestruturação geral e definitiva de todos os pagamentos feitos pela Casa”. Bem, não é preciso se dar ao trabalho, já que a legislação já define que as passagens são destinadas para uso exclusivo do parlamentar.
E mesmo que não estivesse definido com tal clareza, será que nossos deputados não são suficientemente maduros para saber que namoradas, esposas e terceiros (gosto disso mesmo) devem fazer suas viagens por conta própria?
Mas sabemos onde vai dar esse negócio de fazer comissão para estudar o assunto. Todo mundo conhece a história da medida ineficaz do cara da piada para acabar com as traições da esposa. Ele tira o sofá da sala. Pois nossos políticos agem de forma pior quando são flagrados: eles regulamentam a treta.
Mas podem começar a temer os “estudos e readequações” do deputado Temer. Vindo da Câmara a tendência é que acabem legalizando o que agora é ilícito.
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POR José Pires
Agora é a vez do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do deputado Fernando Gabeira. Temer não é supresa. A forma leniente como lida com as amoralidades da Câmara sempre dão a impressão de que ele está metido em alguma coisa. Dessa farra ele comprovadamente participou. De qualquer modo, as justificativas de Temer sempre trazem um conteúdo engraçado a qualquer assunto.
Não deveria ser o seu papel, mas ele parece sempre estar falando com ironia. Sobre o fato do deputado Fábio Faria ter dado passagens da sua cota para a então namorada Adriane Galisteu, o presidente da Câmara disse que “não é um padrão normal”. E nada mais fez.
Sobre o uso das passagens, Temer soltou nota oficial usando o termo “terceiros”, o que, como eu já disse, é um perigo porque significa tudo. Já disse aqui, sem exagero, que o presidente da Câmara é político desde que Brasília foi construída, mas mesmo assim ele tenta convencer a opinião pública que desconhece as regras internas da casa.
Na nota oficial ele afirma que repassou sua cota para “familiares e terceiros não envolvidos diretamente com a atividade do Parlamento” e justifica dizendo que o fez porque inexistem “regras claras definindo os limites da sua utilização”.
Na nota o parlamentar diz também que “determinou estudos para a readequação e reestruturação geral e definitiva de todos os pagamentos feitos pela Casa”. Bem, não é preciso se dar ao trabalho, já que a legislação já define que as passagens são destinadas para uso exclusivo do parlamentar.
E mesmo que não estivesse definido com tal clareza, será que nossos deputados não são suficientemente maduros para saber que namoradas, esposas e terceiros (gosto disso mesmo) devem fazer suas viagens por conta própria?
Mas sabemos onde vai dar esse negócio de fazer comissão para estudar o assunto. Todo mundo conhece a história da medida ineficaz do cara da piada para acabar com as traições da esposa. Ele tira o sofá da sala. Pois nossos políticos agem de forma pior quando são flagrados: eles regulamentam a treta.
Mas podem começar a temer os “estudos e readequações” do deputado Temer. Vindo da Câmara a tendência é que acabem legalizando o que agora é ilícito.
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POR José Pires
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