terça-feira, 15 de março de 2011

Acidente em Fukushima foi próximo dos 25 anos de Chernobyl

A situação em Fukushima está cada vez pior. O acidente está próximo de uma tragédia nuclear que pode abalar o Japão e mudar de vez a opinião mundial sobre o uso da energia atômica. Agora à tarde o comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, definiu com palavras muito fortes o que está ocorrendo na central nuclear. "Se foi falado em apocalipse, na minha opinião é uma palavra muito bem escolhida".

Ele não exclui "o pior para as próximas horas ou dias". Outras avaliações sobre o acidente também levam a pensar o pior sobre o que está acontecendo de fato em Fukushima. Até o momento as autoridades japonesas estabelecem o nível 4 para o acidente, mas a Autoridade de Segurança Nuclear francesa afirma que o acidente está em no nível 6. A Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES, pela sigla em inglês) vai até 7, um nível que foi alcançado no pior acidente nuclear do mundo, o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Por coincidência o acidente de Chernobyl faz aniversário de 25 anos dentro de poucos dias — foi no dia 26 de abril. O desastre na antiga União Soviética espalhou radioatividade por centenas de quilômetros, alcançando a Europa e a Escandinávia. Várias regiões em torno do epicentro do acidente nuclear estão inabitadas até hoje. Foi determinada uma zona de exclusão de 30 quilômetros ao redor do que era antes a cidade de Chernobyl. A antiga União Soviética legou à região uma imensa zona de lixo atômico onde depois de mais de duas décadas ainda é impossível viver.

O Japão não parece estar fora do risco de viver uma tragédia parecida com a de Chernobyl. E, para piorar, o território japonês é tão pequeno que ficaria bem difícil de arrumar espaço para uma zona de exclusão do tamanho que a contaminação pode exigir. Se acontecer o "apocalipse" temido pelo comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, praticamente acabou o Japão. A recuperação será difícil.

Já se noticia que a radiação foi detectada em Tóquio. Com uma olhada no mapa do Japão dá para perceber a dimensão da imprevidência dos japoneses. Fukushima fica à apenas 250 quilômetros da capital japonesa, quase a metade da distância entre Rio e São Paulo. Se a radiação atingir Tóquio de forma grave, para onde vão deslocar 13 milhões de pessoas? Pois é, construiram usinas atômicas num país onde não tem para onde correr.
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POR José Pires

Um comentário:

Izilda disse...

É, parece uma comemoração!