terça-feira, 31 de julho de 2007

Calheiros pode ter que dar explicações ao Conselho

Os relatores do processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética vão se reunir nesta quarta-feira, 1, para verificar se todos os documentos solicitados pela Polícia Federal para a conclusão da perícia foram entregues pelos órgãos competentes.

No dia 26 de julho a Polícia Federal iniciou uma perícia nos documentos apresentados pelo presidente do Senado em sua defesa. Anteriormente, técnicos do Conselho comprovaram que não existem pelo menos duas das empresas apresentadas pelo senador como compradoras de seu gado.

O presidente do Senado é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas próprias e por isso precisa justificar que tem renda suficiente para os pagamentos de pensão e outros gastos com a jornalista Mônica Carvalho. Para isso apresentou notas supostamente referentes à venda de gado. O problema é que tinha muito boi a mais nas contas.

Outra perícia preliminar feita pela PF constatou falta de consistência em boa parte dos documentos. Havia notas fiscais fora da série e até rasuras em registros da venda de bois do senador. Calheiros tenta provar que tem rendimentos agropecuários para o pagamento da pensão da filha.

O senador desapareceu durante este período de recesso parlamentar, mas deverá ser chamado para depor assim que terminarem os trabalhos da polícia. Segundo a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), relatora do processo juntamente com Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE), o convite será feito à Renan Calheiros.

Marisa Serrano disse ao jornal “O Globo” que o Conselho pode convocar também a jornalista Mônica Veloso, ex-amante do senador. A senadora ainda disse considerar necessária a análise dos seis CDs entregues por Pedro Calmon Mendes, advogado da jornalista, ao Conselho de Ética. O material conteria conversas de sua cliente com o senador Renan Calheiros e com Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior. Essas gravações comprovariam a relações entre Calheiros e Gontijo.
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POR José Pires

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