segunda-feira, 27 de abril de 2009

O marqueteiro do câncer

O assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, ficou bastante conhecido na época do acidente com o avião da TAM, em São Paulo, quando foi filmado por um cinegrafista da Rede Globo, fazendo gestos obscenos enquanto assistia uma reportagem na televisão.

A cena mostrava o secretário através de uma janela do Palácio do Planalto. Saiu no Jornal Nacional e até fez ele ganhar um apelido: Marco Aurélio Top, Top.

O acidente foi em julho de 2007. O avião vinha de Porto Alegre, cidade do secretário de Lula, e se chocou contra o prédio da TAM Express, no Aeroporto de Congonhas, matando 199 pessoas. O país todo se comoveu. No entanto, passados apenas doi dias da tragédia, Marco Aurélio interpretou uma notícia do Jornal Nacional como boa para o PT e o governo Lula e festejou com o gesto obsceno que acrescentou o Top, Top ao seu nome.

Fazia tempo que Marco Aurélio Top, Top não dava as caras, mas hoje ele apareceu dando palpite sobre o câncer linfático da ministra Dilma Roussef. E mostrando que sua perícia em encontrar vantagem na tragédia continua tinindo. Sua análise buscou ver a doença da colega de governo e de partido por um viés eleitoral.

Pois ele disse que do ponto de vista político a doença de Dilma Rousseff reforçará a candidatura dela à presidência. Isso mesmo: o câncer foi uma boa.

Só não ficou claro — pois nenhum jornalista fez a pergunta certeira — se Marco Aurélio Garcia já tinha ligado para Dilma Rousseff para parabenizá-la pela boa notícia. Afinal, olhando pela sua ótica singular, não é sempre que um candidato tem a sorte de ter um câncer nas proximidades de uma eleição.
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POR José Pires

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