terça-feira, 14 de abril de 2009

Fala o cara

É o presidente Lula falando. Vamos ouvir, então. Quando a gente pensa que ele chegou ao limite da falta de decoro e da ignorância, o cara se supera.

O petista estava num dia animado. Foi em um evento que juntou os chefes do Três Poderes para firmar um pacto para fazer o que eles, pelo menos em teoria, devem fazer normalmente. Ou não é função óbvia dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, da Câmara e da Presidência da República “aumentar o acesso da população à Justiça, acelerar julgamentos de conflitos de massa, como a discussão sobre a cobrança da tarifa básica da telefonia, e dar mais agilidade à investigação criminal e ao processo penal?”

Bem, com Lula, Gilmar Mendes e Michel Temer fazendo um pacto republicano a gente tem que temer ainda mais pela República do que o usual.

Mas vamos às pérolas do Lula. Primeiro ele colocou as coisas no ponto exato em que estão de imoralidade e desfaçatez. É um cara sincero. “"Ninguém aqui é freira, e nós não estamos em um convento. E não me consta na história que num convento também não tem briga", ele disse. E o pior é que a platéia riu. Só os ingleses levam Lula realmente à sério. Depois da bobajada da culpa dos brancos de olhos azuis, a imprensa britânica falou bastante de Lula situando-o exatamente no ponto certo: um ignorante destravado.

Mas tem mais. O cara estava realmente inspirado. Ou é outra coisa. O entusiasmo de Lula com as bobagens que ele próprio fala lembra muito certas conversas de mesa de bar quando os participantes já estão há algum tempo debatendo. Acho que vocês me entendem.

Lá vai mais: “"O que nós precisamos é perder o medo de mudar", disse Lula. "Afinal de contas, médico e Justiça ninguém precisa em tempos bons. Só precisa em tempos maus".

Úm estranho conceito de Justiça e de Saúde. E vindo de um presidente da República deseduca, baixa os padrões morais e de compreensão e de como realmente as coisas funcionam. Lula não faz exames preventivos? Claro que ele faz, e não só porque é o presidente da República. Ele tem acesso aos melhores sérviços médicos, pois é um homem muito rico. Talvez até já seja milionário. Seu filho nós sabemos que já é.

Nem precisa ter azia. Com uma conversa rápida com o ministro da Saúde ele já poderia ter uma boa visão da importância da prevenção para a saúde pessoal e também a pública. E nisso entram os médicos. Medicina não existe para cortar a perna grangrenada ou tirar fora o pulmão. É melhor sempre evitar o problema. E isso é feito em bons tempos. Se Lula soubesse de fato disso, talvez não viesse com besteiras do tipo daquela quanto ao hábito de fumar , quando disse que em sua sala ele fuma quanto quiser.

Quanto à Justiça, quanto melhores tempos, sinal de que ela é eficiente, mais aplicação ela tem. Pois a Justiça conduz e mantém a harmonia, o que não precisa necessariamente ser na base do porrete. Aliás, quando a polícia está nas ruas agindo como tropa de ocupação, o que é o caso do Brasil atual, que vive maus tempos, a Justiça na verdade praticamente inexiste.

A Justiça em tempos bons pode, por exemplo, manter a qualidade de serviços como a telefonia, por meio da vigilância a regras estabelecidas. Mas o que não pode é um presidente fazer como Lula e mudar as regras repentinamente para favorecer a criação de um monopólio, como ele fez no caso da compra da Brasil Telecom pela OI. Aí os tempos ficam ruins para o contribuinte e o consumidor.
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POR José Pires

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