sexta-feira, 3 de abril de 2009

Levando vantagem

A mídia chapa-branca incrustada na internet feito craca em casco de navio se animou com a brincadeira feita pelo presidente Barack Obama com o presidente Lula antes da reunião do G-20. “Este é o cara!” Hmmm, não sei não... Mesmo nos bandos juvenis de esquina este não é o jeito que se fala com os mais respeitáveis. Pode até não ter sido a intenção de Obama, mas parece gozação. Ainda mais vindo de quem realmente é “o cara” do momento.

Mas jornalistas governistas abrigados em sites ou na chamada blogosfera petista viram na brincadeira de Obama o significado de um alto prestígio de Lula. Mas e por que não? Lula é o dirigente de um país com uma das grandes economias do mundo e de grande peso estratégico na América do Sul. É verdade que isso é um sinal que o mundo não vai mesmo bem das pernas Nosso país tem uma economia de fachada externa. Sofre com graves problemas estruturais internos. Mas é o que temos. Sua importância é uma realidade mundial e isso obviamente confere respeito ao presidente brasileiro, qualquer um deles. Até os notórios Fernando Collor e Sarney gozavam do privilégio internacional de ser presidente de um país deste tamanho.

Fernando Henrique Cardoso gozou bem mais que todos. Sempre foi evidente sua proximidade com Bill Clinton durante a presidência dos dois. Era uma relação próxima da amizade. E se mantém até hoje. Mas por que digo isso? Bem, isso favoreceu bem pouco o Brasil. Nada mesmo. Penamos em várias crises e perdemos aquela década. Assim como estamos perdendo esta década capitaneada por Lula.

É que o que vale no final é o interesse de cada país. E para esse fim os norte-americanos são bastante habilidosos. Além de que, por tradição, esta defesa do interesse próprio é um valor muito caro para eles, forte até no aspecto pessoal. Lutam com afinco por seus interesses. São capazes até de cultivar a vaidade em adversários que se contentam com frivolidades.

Fernando Henrique Cardoso gostava de uns afagos no ego. Lula gosta bem mais. Vive disso. E assim como Bill Clinton, Obama sabe que parte substancial das relações na política é o cultivo da simpatia. Ambos também sabem que para levar vantagem às vezs é preciso fingir que o boa pinta é o outro.
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POR José Pires

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