quarta-feira, 2 de junho de 2010

O cineasta marqueteiro

O estilo marqueteiro exibido por Stone em sua passagem pela Venezuela e pelo Brasil também é revelador da sua leviandade como autor. Após a visita ao comitê de campanha de Dilma, ele deu entrevista para a equipe da candidata. Foi na “exclusiva”, como eles dizem, em que eles erraram o currículo do entrevistado.

O cineasta fala igual a um político do baixo clero de olho em algum carguinho futuro. Stone intromete-se em uma realidade política que desconhece, falando com determinação sobre assuntos que exigiriam de um estrangeiro pelo menos um pouco mais de respeito.

Mas quem é que pode exigir que um norte-americano convertido ao “bolivarianismo” chavista não seja leviano?

O estilo é parecido com o que vemos aqui, no Brasil, nas intromissões da nossa esquerda em assuntos de outros países. De um dia para o outro, porque é desse modo que surgem certos assuntos internacionais, esta esquerda passa a apoiar malucos como, por exemplo, Manuel Zelaya, e a fazer a divisão do país estrangeiro entre bons e maus.

Mas, além da má-fé, existe também algo de maluco nesta gente. Parece coisa de seita. Só falta aquele colar de folhas que o Evo Morales joga no pescoço dos visitantes.

Stone disse que Dilma tem “uma mente brilhante”, um elogio que deve ter surpreendido até Lula, o iluminador da sala da Marilena Chauí. Que a Santinha não é tudo isso até seu assessor mais puxa-saco sabe muito bem.

Mas Stone age como um profissional da bajulação. Tem gente que faz isso como marqueteiro e aí dá para entender. Mas num cineasta isso rebaixa bastante.

Segundo ele, a candidata “tem muita informação, sabe tudo de energia, de economia, tem determinação e energia.” E mais: “Ela é muito focada e fiquei muito impressionado com isso. Dedicada ao desenvolvimento e a continuidade do projeto de Lula e avançar.”

O marqueteiro da Dilma que se cuide. O Oliver Stone está querendo tomar o lugar dele.
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POR José Pires

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