segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sem medo de ser sexista

“52% da população [no Brasil] somos mulheres, e os 48% restantes são nossos filhos (…). Lula tem muita sensibilidade com este tema e foi criado por uma mulher forte”. É frase de Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal espanhol El País.

Bacana isso. Deve ser uma tática para mudar a imagem do Brasil lá fora, onde somos conhecidos como paraíso sexual. Com ela na presidência da República seremos um paraíso sexista. A argumentação, porém, é bastante arriscada. Os estrangeiros podem pensar também que por aqui praticamos incesto.

A tática óbvia é de seduzir o eleitorado feminino, onde a candidata do Lula, tem uma grande rejeição. O argumento é simplista e também sexista. O raciocínio faz entender que o fato de ser mulher conferiria uma qualidade extra à Dilma. É nessa hora que a candidata deve lamentar de não ter nascido pobre e negra. Bem, mas a candidata Marina Silva anda usando esta argumentação, apesar de que negra mesmo, Marina só é pelos padrões dos Estados Unidos.

Mas voltemos à lorota da Dilma. Bem, mas então porque o PT não lançou a Benedita da Silva como candidata à presidência da República? Ela tentou crescer na política exatamente com a demagogia de "mulher, negra e favelada", slogan de sua campanha ao governo do Rio em 2002. Antes, havia sido vice de Anthony Garotinho, que definiu a vice e seus companheiros como adeptos do Partido da Boquinha.

O plano parecia perfeito em um estado coalhado de favelas e com uma grande população de negros. Porém, com esse slogan perdeu feio ainda no primeiro turno. Logo depois pegou uma boquinha no governo Lula, mas não deu certo mesmo assim. Esteve encalacrada em várias denúncias no primeiro mandato de Lula, quando foi ministra da Ação Social.

É lembrada apenas pelos rolos, inclusive viagens particulares pagas com o dinheiro do contribuinte. Foi um dos petistas que caíram rápido do cargo.

Sua última aparição no plano federal foi nos pultimos dias, quando sua candidatura ao Senado virou moeda de troca na banca eleitoral petista. Foi obrigada a entregar a vaga na negociação que o PT fez no estado para fortalecer a candidatura de Dilma. Mas, espera aí, como mulher, negra e favelada ela não devia merecer um respeito especial por parte do companheiro Lula?
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POR José Pires

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