sexta-feira, 4 de abril de 2008

Companheiros, atenção para a lição

A agenda do presidente Lula ontem quase deu um pipoco grave. Esses comícios eleitorais que ele anda fazendo pelo Brasil afora carecem de organização. É preciso treinar melhor a militância que, por hora, ainda não sabe o momento certo de vaiar ou até partir para a ignorância, como os petistas sempre souberam fazer quando estavam na oposição, até quebrando algumas coisinhas para a notícia ter destaque na imprensa. Tudo bem, isso foi útil para conquistar o poder, mas agora é preciso organizar a bagunça.

Ontem, por exemplo, o próprio Lula teve que defender a governadora tucana Yeda Crusius das vaias da militância do PT gaúcho. Lá no Rio Grande do Sul o PT é oposição das mais ressentidas. E não é por menos, já tomaram várias coças eleitorais, sendo, inclusive, escorraçados da capital e do governo estadual.

É interessante o modo como Lula se dirigiu aos manifestantes, falando como um chefe de turma e explicando com cuidado o procedimento certo para a ocasião. Leiam na íntegra: “Eu ainda tenho que visitar muitos Estados do Brasil. E se a gente transformar o PAC em uma manifestação político-partidária, quando é um ato institucional, eu vou ter muita dificuldade de completar as viagens que eu tenho que fazer para o PAC”.

Prestem atenção, petistas. Já está bem explicadinho. Dentro da estratégia de manutenção do poder, uma das táticas é manter solenidades do PAC sem manifestações contrárias, mesmo em estados governados pela oposição. Quando é com o PAC, só aplausos, entenderam? Quanto às vaias e até alguns quebra-quebras, bem quanto à isso depois os chefes menores vão explicar como vocês devem proceder.
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POR José Pires

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