domingo, 6 de abril de 2008

Ombudsman da Folha sai reclamando

Coisas estranhas andam acontecendo na Folha de S. Paulo. O ombudsman do jornal, Mário Magalhães, se despede dos leitores hoje em sua coluna. Segundo ele, “embora o estatuto autorize a renovação por mais dois períodos, não houve acordo com a direção do jornal para a continuidade”.

A Folha de S. Paulo foi o primeiro jornal brasileiro a instituir a figura do ombudsman, um profissional que, além de fazer a ponte entre o leitor e o jornal, funcionaria como uma consciência crítica da redação. Foi uma boa inovação, copiando uma tradição do jornalismo norte-americano. A coisa não pegou por aqui: a Folha é ainda o único dos grandes jornais que mantém um ombudsman.

Isso sempre foi um elemento de qualidade do jornal na relação com a opinião pública e na transparência na condução da notícias, funcionando, inclusive, como um organismo de recepção de reclamações e também para a contribuibuição de seus leitores.

Com a internet, o que se esperava é que essa transparência se intensificasse, já que as modernas tecnologias da WEB permitem uma interação online com a nossa mídia.

Mas, pelo que Mário Magalhães diz em seu texto de despedida, parece que é exatamente aí que os donos do jornal vêem o grande problema: “A Folha condicionou minha permanência ao fim da circulação na internet das críticas diárias do ombudsman. A reivindicação me foi apresentada há meses. Não concordei. Diante do impasse, deixo o posto”, ele escreve.

É um assunto que vai dar muito que falar nesta semana que entra. Para ler o texto do ombudsman na íntegra, clique aqui.
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POR José Pires

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