segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O incrível caso do padre e o ex-interno

A história do padre Júlio Lancelotti, religioso e militante de esquerda um tanto quanto extremado, ainda vai render muito. É um daqueles fatos que traz à mente o velho chavão que diz que a gente morre e não vê tudo. O incrível caso que envolve o padre surgiu para a opinião pública da sua própria boca há cerca de duas semanas.

Lancelotti entrou com queixa na polícia por extorsão contra Anderson Marcos Batista, um ex-interno da Febem. É difícil acreditar na história do padre. Segundo ele, a extorsão durou cerca de três anos. E é claro que todos perguntam por que ele não fez a denúncia antes. E que ele não venha com a história de que tinha esperança de mudar a pessoa a quem dava o dinheiro. Foi o que ele disse e não dá para crer.

Na ocasião da denúncia, ele disse ter pago R$ 50 mil a Batista, em três anos. Depois a quantia foi subindo. Logo corrigiu o valor para R$ 80 mil e no sábado passado seu advogado calculou a quantia em R$ 140 mil a R$ 150 mil. Já o advogado do ex-interno acusado de extorsão afirma que a quantia passada a seu cliente foi de R$ 600 mil a R$ 700 mil.

Seja qual for a quantia, dos 50 mil aos 150 mil ou 700 mil, sempre será muito dinheiro em relação aos três mil reais que o padre Lancelotti ganha por mês. E isso lançou mais suspeitas sobre o caso, já que Lancelotti é membro influente de uma associação que recebe R$ 420 mil por mês da prefeitura.

A associação já lançou uma nota muito estranha à imprensa afirmando que o sacerdote é apenas conselheiro fiscal não-remunerado da entidade e, portanto, "não tem acesso a seus recursos". Meu estranhamento é pelo fato de todos estarem dizendo que o padre é inocente, apenas uma vítima. Então não haveria razão para a ressalva de que ele “não tem acesso aos recursos”. Se ele é uma vítima neste caso, qual seria o problema com o acesso ao caixa da entidade?
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POR José Pires

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