sábado, 13 de outubro de 2007

Vêm aí o “realismo bolivariano”
Ditadores só gostam de elogios. Este é um vício político antigo. E evidentemente procuram moldar a arte em conformidade com seus objetivos. Felizmente nunca deu certo, mas Chávez vai tentar.

A “revolução bolivariana” procura um modelo de arte que dê impulso a seus projetos políticos e tenta instituir uma espécie de “realismo bolivarianismo”, bem parecido com o realismo socialista criado na antiga União Soviética. O realismo socialista criou uma arte burocrática e retrógrada pautada no que tem de pior no conceito realista. Um exemplo desta arte são as imensas estátuas de Lênin e Stálin, derrubadas depois da perestroika. Maravilhas de Matisse, Gauguin, Van Gogh e outros modernos comprados por russos antes da revolução ficavam escondidas em depósitos. Só havia espaço nos museus para o realismo socialista.

O apoio extensivo do Estado Soviético deu em nada. Do realismo socialista nada sobrou. E tiveram que tirar dos porões as obras de Matisse, Gauguin, Van Gogh e também de Kandinsky, Malevitch e outros russos que tiveram seu trabalho sufocado pelo realismo socialista.

O realismo socialista também é resultado de uma política que destruiu a obra e matou muitos artistas importantes da antiga União Soviética. O suicídio do poeta Maiakóvsky simboliza bem o período, pois tem muito a ver com o trágico projeto político implantado pela revolução de 1917.
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POR José Pires

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