quinta-feira, 13 de maio de 2010

Dilma troca de farsa: sai Norma Bengell, entra Mandela


Depois de tentar se apossar da imagem da atriz Norma Bengell numa passeata contra a ditadura em 1968, a candidata Dilma Roussef agora vai tenta grudar sua imagem em Nelson Mandela, o líder contra o apartheid na África do Sul.

É também uma farsa, mas no uso de Mandela a falsificação histórica é bem mais grave. Um dos maiores problemas da biografia de Dilma é sua participação na luta armada. O projeto político do grupo de que fazia parte era um só: trocar a ditadura dos militares brasileiros por uma ditadura comunista. A conversa de que lutavam pela democracia é só lorota.

Tem também a questão do uso da violência, quando a maior parcela da sociedade civil naquela época havia optado pela luta contra a ditadura de forma pacífica, trabalhando pela mobilização política da sociedade como forma de pressão contra o regime.

Para resolver o problema de como camuflar a insensatez política da jovem Dilma, os marqueteiros queimaram a mufa e chegaram no Mandela. Tem um grave problema aí nas duas realidades completamente diferentes, mas a safadeza é ainda maior pelo uso da história de um homem que passou 27 anos na prisão e de uma luta contra uma opressão sem paralelo com a situação de qualquer outro país.

Existe uma distância bem grande entre a luta armada contra um racismo opressivo, como houve na África do Sul, e a mobilização de bandos armados que até atrapalharam a luta democrática, como ocorreu no Brasil.

O sem medo de ser feliz torna-se cada vez mais uma ausência total de medo de ser cretino.

No programa eleitoral antecipado de Dilma, quem fala o texto sobre o Mandela escrito pelo marqueteiro é Lula. Vejam na íntegra:

"Uma parte da história da Dilma me lembra muito a do Mandela. Eu lembro que uma vez o Mandela me contou que só foi pro confronto porque não deram outra saída pra ele. O tempo passou e o que aconteceu? Ele virou um dos maiores símbolos da paz e da união no mundo. Ninguém fez mais pela união do que o Mandela fez na África do Sul depois de passar 27 anos preso e depois de virar presidente da República."

A partir disso, quase cortando a fala de Lula, um locutor diz que "Dilma foi presa e torturada pela ditadura" e segue contando sua história a partir dos cargos que tinha nos governos brizolistas do Rio Grande do Sul, antes de se bandear para os lados do PT em 2001, depois que as boquinhas do PDT minguaram.

Deve ser duro para Dilma ter que passar a vida mentindo, sem poder assumir de fato o que fez entre as décadas 60 e 70. Vai passar a vida tentando esconder pelo que lutavam? O Che Guevara então é só para a camiseta?

Mas não deixa de ser interessante a escolha de Mandela para ocupar o lugar que foi até agora de Norma Benguell. Por isso fizemos uma nova arte para a campanha de Dilma, que está lá em cima e pronta para ser usada. Sem custo algum, companheiros. É pela causa.
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POR José Pires

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