quarta-feira, 26 de maio de 2010

No encontro da CNI as perguntas foram bem educadas, tanto no tom quanto no conteúdo, sem a extrapolação grosseira dos limites do bom senso e a falta de cortesia que costuma acontecer em eventos do tipo promovidos por sindicatos de trabalhadores. Isso pelo menos os sindicalistas deveriam aprender com os patrões.

Porém, mesmo com este clima, eu já estava esperando Dilma dar um pito em algum empresário. Toda questão era recebida por ela de forma tensa. Quando o jornalista responsável pela mesa chamou sua atenção para que parasse de exceder o tempo, ele se arriscou a ser chamado de “santinho”.

Ela fica extremamente desconfortável com qualquer questionamento, mesmo com uma indagação técnica. Mas como tem uma eleição aí na frente, a candidata busca usar de forma habilidosa as palavras para não transparecer a impaciência. E aí arruma outro problema, pois a palavra é uma das ferramentas que ela não sabe usar.

Então se enrola em um palavreado que no final não tem significado algum. E o corpo também não atende seu comando para não parecer que está doida para dar uma patada no intrometido perguntador. A expressão corporal, o tom de voz, tudo que ainda foi domado por especialistas em marketing fica contido, mas sempre no limite da explosão.

Essas exposições públicas estão pelo menos ajudando a entender as histórias de grosserias, gente chorando pelo corredor, ministros ofendidos em público, as tantas histórias que contam o inferno que era com Dilma quando ela era ministra-chefe da Casa Civil.

O PT tem uma candidata que não tem competência nem para exercer papéis básicos de um político em campanha, como falar com certa habilidade, dominar números e estatísticas e saber utilizá-los em seu devido contexto, enfim fazer bem feito uma campanha política.

E ela pode vencer. Até um poste teria essa chance, com o poder político e econômico que cerca sua candidatura, com um partido influente em sindicatos fortes e na maior central sindical do país e a posse da máquina do governo federal, que vem sendo usada além do limite da legalidade.
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POR José Pires

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