sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Os valiosos votos para a CPMF

“Não sabia de nada. Fui informado na véspera. Esta é uma forma sacana de fazer política”. O desabafo é do senador José Maranhão (PMDB-PB), que teve um apadrinhado seu demitido do BNB (Banco do Nordeste) esta semana.

A demissão veio no conjunto de "esforços" do governo Lula para apressar a votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Lula andou bastante ativo. Abriu o cofre: em apenas três dias desta semana o governo pagou R$ 47,2 milhões em emendas. O valor corresponde a 27% do total pago até agora em 2007, que é de R$ 175,5 milhões.

E tem mais: entre segunda e quarta-feira, quando foi aprovado o projeto, o Palácio do Planalto liberou R$ 68,8 milhões do Orçamento de 2006 e 2007 e empenhou outros R$ 37,9 milhões referentes ao Orçamento deste ano. Somando tudo, para garantir a cobrança da CPMF o governo gastou mais de R$ 100 milhões.

O investimento é compensador. O valor projetado para as receitas com a CPMF neste ano é de R$ 35 bilhões. E caso ela não seja votada, será extinta no final deste mês.

O desabafo do senador Maranhão – que não é maranhense e sim paraibano, mas conhece bem o riscado – é muito interessante. Uma mudança de valores que não surpreende, mas preocupa. Ele se queixa de falta de ética do Governo Federal que tirou seu apadrinhado de uma boca estatal.

Não deixa de ser uma inovação. Temos um novo padrão ético, um comportamento moral bem ao estilo desta era Lula.

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POR José Pires

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