terça-feira, 18 de setembro de 2007

Custo alto, benefício nem tanto

Vamos aos custos dos nossos senadores. Apenas os diretos, mas sem esquecer que os custos indiretos, além de serem produzidos por debaixo dos panos, são ainda maiores do que os gastos que estão no papel.

Mantendo-se ainda no caso do senador Renan Calheiros, são incalculáveis os custos para a sua absolvição, gastos que devem ser encaixados no quesito de custos indiretos.

Um desse dispêndios, que acabou sendo descoberto pela imprensa, mostra como a absolvição do ex-amor de Mônica Veloso vai acabar ficando caro ao Estado. O senador Edison Lobão (DEM-MA), que votou a favor de Calheiros, recebeu um belo presente do Planalto: seu filho, Marcio, foi indicado pelo Banco do Brasil para presidir a Brasilcap, empresa de títulos de capitalização.

O mimo vai ficar duplamente caro. Pelos salários e mordomia do moço e também pela perda de produtividade que o Banco do Brasil acaba tendo em função de cargos nomeados preenchidos com este critério.

Já no custo direto, cada um dos 81 senadores custa ao contribuinte R$ 33,1 milhões por ano. O orçamento do Senado para este ano é de R$ 2,6 bilhões. É bastante dinheiro. Os políticos brasileiros não valem nada, mas são os mais caros de todo o mundo.

E além de custar caro, não trabalham. Este ano o Senado só votou dois assuntos considerados de grande interesse público: o projeto de lei que ampliou o Supersimples e a Medida Provisória que elevou o salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 em 1º de abril.

Neste mês não houve sequer uma sessão deliberativa. E em agosto apenas um projeto de lei foi enviado para sanção presidencial. Enredado na crise política, o Senado parou de trabalhar para se ater ao escândalo de Renan Calheiros. E o pior, é que não resolvem o problema.

Um Senado que custa tanto e produz tão pouco não faria falta se fosse extinto. E além da economia de R$ 2,6 bilhões, ainda poderíamos obter algum ganho com o uso das amplas instalações daquela Casa, que estariam finalmente esvaziadas de escândalos e corrupção e prontas para finalmente dar algum lucro ao Estado.
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POR José Pires

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