sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Jornalista até se excede na missão

Em defesa de Renan Calheiros, Amorim vem com uma lorota bem conhecida, aquela da “conspiração” da imprensa. O coro é bem afinado: tem o deputado cassado José Dirceu, Wanderley Guilherme dos Santos (este, buscando dar o tom acadêmico, mas na mesma toada) e também Mino Carta. E outros mais: apesar de não ser grandioso, é um coral grande.

Amorim fez um arrazoado com ar partidário, comprometido com apenas um dos lados da questão e totalmente desprovido de razão. Pode ser que até mesmo aos setores que deseja agradar com seu jornalismo chapa-branca fique claro que Amorim exagerou. Devem chamar-lhe a atenção, pois desse modo o discurso não cola.

O jornalista coloca toda a imprensa – que categoriza, em várias partes do texto, como “mídia conservadora (e golpista !) – em uma inacreditável conspiração contra Renan Calheiros. Amorim não revela como se faz para conciliar os interesses de todos esses veículos para fixarem-se nesse objetivo. Deve ser uma dificuldade, afinal disputam inclusive o mesmo mercado.

Mas ele não se detém neste aspecto. E parte para um amontoado de desqualificações. Amorim é um ser estranho. Acusa a imprensa de agir politicamente e para isso usa um “estilo” próprio que é todo político, até mesmo partidário. E faz isso o tempo todo, de modo repetido e agressivo.

Amorim afirma que a mídia – “conservadora (e golpista!)”, como ele diz – ataca Calheiros “porque ele é nordestino”. Que a “elite branca” não gosta da base aliada de Lula “e muito menos se for nordestino”. Não sei como ele fará para aplicar esta bobagem, que recolheu de uma fala de Cláudio Lembo, no ministro Joaquim Barbosa, relator do ‘Mensalão”, que é negro.

Mas, na defesa de Calheiros, ele junta mais um punhado de teorias conspirativas sem nexo. Amorim chega a argumentar, de modo até ridículo, parecendo um militante adolescente de extrema-esquerda, que a sessão que absolveu Renan Calheiros foi um ato de independência do Senado.

O jornalista traz argumentos que não convenceriam nem o próprio Calheiros. Aquela que foi uma das sessões plenárias mais desmoralizadoras para a imagem do parlamento brasileiro é classificada por ele como um admirável ato no qual os parlamentares demonstraram que não se prestariam a serem conduzidos por pressões da, no dizer de Amorim, “mídia conservadora (e golpista!)”. Menos, Amorim, menos, diria Calheiros.

“O Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado”, ele escreveu. Amorim já é um jornalista de certa idade, passou por vários veículos de comunicação, mas escreve como se estivesse ditando manifestos em um grupo estudantil de extrema-esquerda.

O jornalista conclui dizendo que o “Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão”. A estranha afirmação, que aparentemente se pretende engraçada, quer dar a entender que tais veículos teriam enganado seus consumidores.

Amorim que se cuide. Se o Procon decidir intervir nesta quizila criada por ele, é provável que apareça primeiro em sua porta.

O HOMEM DA RECORD Já faz algum tempo que Paulo Henrique Amorim tem encarnado, até com um esquisito prazer, o papel de defensor do governo Lula. Para ele, toda crítica ao governo provém de alguma conspiração articulada nas sombras. Agora, até o senador Renan Calheiros, contra quem até a Polícia Federal encontrou provas, também é um inocente perseguido por uma imprensa malvada.

A carreira dele vai bem. o jornalista será o apresentador do principal telejornal da Record News, o canal de notícias da
Rede Record, a emissora da Igreja Universal, de Edir Macedo. Amorim, o “boi preto”, segundo expressão do deputado Clodovil Hernandes, é peça inestimável nos planos, digamos assim, midiáticos da emissora da Universal.

A emissora de Edir Macedo tem boas relações com o governo Lula. Bóris Casoy, que foi âncora do jornal mais importante da casa e que criticava o governo, acabou sendo demitido por pressões do governo Lula.

O grupo tem comprado várias emissoras, em uma estratégia de domínio da comunicação que, evidentemente, não preocupa nem Amorim e nem aos petistas. No início deste ano a televisão gaúcha
Guaíba e as rádios AM e FM do mesmo nome foram compradas pelo grupo de Edir Macedo.

O capital para isso é vem do dízimo dos fiéis da
Universal. Nesta semana a igreja lançou boletos de arrecadação com este fim exclusivo. Amorim, evidentemente, não toca neste assunto. E deve atacar com presteza, acusando de conspiradores, quem ousar fazer a crítica aos avanços do grupo de Macedo na comunicação.
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POR José Pires

Um comentário:

Anônimo disse...

ESTE PAULO H. AMORIM SEMPRE FOI INCONFIAVEL.

QUANDO TRABALHAVA NA REDE GLOBO ,FAZIA INUMEROS ELOGIOS Á MESMA , ESQUECENDO-SE QUE ESTA EMPRESA DE COMUNICAÇAO FOI AQUELA QUE MAIS PRESTIGIOU , ELOGIOU E PROPAGOU A DITADURA MILITAR .

SEU PRINCIPAL ÍCONE É GETULIO VARGAS , UM SUJO DITADOR BRASILEIRO RESPONSAVEL DIRETO PELO MORTE E/OU DESAPARECIMENTO DE + DE 30.000 PESSOAS.

AGORA, PERTENCE Á TROCA DE CHOQUE DO GRANDE ÉPICO BRASILEIRO :
" OS CAÇADORES DOS DIZIMOS PERDIDOS" PRODUZIDO PELO CONHECIDISSIMO PASTOR EDIR "ME DÁ UM DINHEIRO AÍ " MACEDO .

NUNCA CONFIEI NESTE SUJEITO , E CONTINUAREI NÃO CONFIANDO .

ENVIEI ALGUNS COMENTÁRIOS PARA O BLOG DO MESMO , INFORMANDO DAQUILO QUE ACHO Á SEU RESPEITO.

NUNCA RECEBI RESPOSTA !!

ACHO QUE O SILENCIO DELE , PREENCHE UMA GRANDE LACUNA E EXPLICA TUDO PARA MIM .