segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Histórias de Seu Jorge, o cantor que se cansou

Seu Jorge, o cantor e compositor, dá uma entrevista à Folha de S. Paulo. Está lançando novo disco chamado “América Brasil”. Na adolescência o cantor morou na rua. Agora está rico. Diz que paga para a Receita, “em qualquer coisa que faça”, R$ 100 mil, R$ 300 mil. E tem três irmãos desempregados.

Cansou. Está no “Cansei”, o movimento de oposição ao governo Lula. Como faz para aturar a Ivete Sangalo, a Hebe Camargo e a Regina Duarte ele não contou à Folha. Ou o entrevistador não perguntou.

Eu perguntaria. Ele fez um disco com a cantora Ana Carolina. Um álbum com coisas boas. Mas os dois brigaram, não se falam mais. Então como ele faz para suportar dona Sangalo? E as senhoras Camargo e Duarte? Vão acabar brigando.

Seu Jorge é um cantor original. Voz forte, de timbre rouco, bem colocada, canta às vezes como se estivesse falando e a coisa soa bem. É um artista com identidade. E isso é o que vale em música. Mas como analista político, Seu Jorge é um bom músico.

Ele compara a administração do PT “baseada no improviso” a uma “jam session”. “É freestyle total”, disse. E exagerou. Lula gosta de Bruno e Marrone, que parecem uma paródia do pior que existe em música. Estarão gozando a platéia? Não acredito. São simplórios mesmo e encontraram o público certo, gente sem nenhuma exigência de qualidade, Lula entre eles.

Seu Jorge fez a análise política de ouvido e errou. A administração petista está mais para um estilo “breganejo”, ou mesmo para um pagode mal tocado. Se é que nesta última comparação não cometi um pleonasmo.
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POR José Pires

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