quarta-feira, 16 de julho de 2008

Deu chabu na festança petista


Vocês perceberam que o foguetório parou? E não estou falando do barulho das festas juninas, mas da comemoração que petistas e chapas-brancas começaram a fazer com as prisões feitas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha.

A precipitada alegria despontou porque pensavam que a prisão de Daniel Dantas atingiria os tucanos. O raciocínio era mais que simpes, era simplista: com a prisão do banqueiro haveria uma reversão política aos escândalos da privatização das teles no governo de Fernando Henrique Cardoso. Caso isso ocorresse, era mesmo pra petista soltar foguete. Além de atingir os tucanos, um resultado desses ainda viria a calhar para encobrir a crise política eterna do governo Lula.

Mas a alegria durou pouco. Com abertura do inquérito policial a sigla que mais apareceu foi a do PT. O escândalo bateu até na ante-sala do presidente Lula, com seu amigo e chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, agindo para proteger interesses de Dantas. E o resultado frustrou até mesmo a esperança de blogueiros chapas-brancas de que as investigações e grampos da PF colhessem provas contra jornalistas e blogueiros da oposição.

Os petistas esperavam uma lista de pagamentos do banqueiro do Opportunity que desmoralizasse adversários e o que se viu é que onde Dantas criou grupos de apoio foi no próprio PT. E o banqueiro não pensou pequeno. Nada de comprar opinião dos menores; foi buscar empregados nas altas esferas do partido. Luiz Eduardo Greenhalgh, por exemplo, é do Diretório Nacional do PT. E fez um trabalho tão eficiente para Dantas nos altos escalões do governo Lula, que envolveu desde o chefe-de-gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, até a ministra-chefe do Gabinete Civil, Dilma Roussef.

Quanto ao que Greenhalgh fazia, o que se pergunta é o que ainda pode aparecer. Cada dia é uma. Hoje surgiu a transcrição de um grampo sobre um plano de montar “uma estratégia de aproximação” entre Dantas e o Palácio do Planalto. Para isso, ele pretendia usar a influência do ex-deputado petista Sigmaringa Seixas, amigo pessoal de Lula.

  • No alto, imagem da tradicional festa junina na Granja do Torto, onde naturalmente a quadrilha tem todo o destaque. À direita de Lula está seu amigo e braço-direito, o chefe-de-gabinete Gilberto Carvalho, flagrado em grampo da PF ajudando de modo diligente o advogado de Dantas.
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POR José Pires

Um comentário:

Anônimo disse...

Segundo o velho ditado, "a Opportunity faz o ladrão"