sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Conversa sugere que houve troca para nomeação futura

Na conversa, que durou horas, os ministros também dão indícios de que pretendem rejeitar parte da denúncia do “Mensalão”. Durante o bate-papo, os dois desqualificaram crimes apresentados pela Procuradoria a alguns dos acusados.

Veja parte do diálogo entre os ministros Carmen Lúcia e Ricardo Lewandoski.
Lewandowiski fala da nomeação do substituto de Pertence para o STF.

Então Carmem diz: “Lewandowiski, uma pessoa do STJ (depois lhe nomeio) ligou e disse [...] para me dar a notícia do nomeado (não em nome dele, como é obvio) [...] mas a resposta foi que lá estão dizendo que os atos sairiam casados (aposent. e nom.) [aposentadoria e nomeação] e que haveria uma [...] de posse na sala da professora e, depois, uma festa formal por causa [...] Ela (a que telefonou) é casada com alguém influente...”.

Em seguida, Carmem conta: “[...] O Cupido (sentado ao lado da ministra estava Eros Grau, que recentemente publicou um polêmico livro erótico) acaba de afirmar aqui do lado que não vai aceitar nada (ilegível)”.

Lewandowisk diz: “Desculpe, mas estou na mesma, será que estamos falando da mesma coisa[?]”, pergunta ele.

Então Carmem escreve: “Vou repetir: me foi dito pelo Cupido que vai votar pelo não recebimento da den. [denúncia], entendeu?”

Lewandowisk responde e comenta: “Ah. Agora, sim. Isso só corrobora que houve uma troca. Isso quer dizer que o resultado desse julgamento era realmente importante ”.

Carmem diz que o alertara antecipadamente e recebeu o comentário de Lewandowiski: “Interessante, não foi a impressão que tive na semana passada. Sabia que a coisa era importante, mas não que valia tanto”.

O ministro Lewandowiski, que afirma que houve uma troca em torno de um assunto importante do STF, foi nomeado por Lula. O diálogo entre os dois ministros lança uma grave suspeição sobre o mais alto tribuna da República. Haverá algum esclarecimento sério? Este é mais um problema para STF, um tribunal que já tem a imagem bastante desgastada.
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POR José Pires

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