segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Relator do “Mensalão” é favorável à abertura de processo contra cúpula do PP

No quarto dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos 40 acusados do ‘Mensalão” o relator do inquérito, ministro Joaquim Barbosa, votou pela abertura de processo por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro contra políticos do PP.

Entre os acusados está o ex-deputado federal José Janene, político da região norte do Paraná muito ligado ao ex-prefeito Antonio Belinati, que teve o mandato cassado em 2000.

Janene, João Claudio Genu, ex-assessor de Janene, o deputado Pedro Henry (MT) e Pedro Corrêa, ex-deputado federal, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na leitura de seu relatório, Joaquim Barbosa disse que a própria defesa confirma que integrantes do partido receberam R$ 700 mil do PT para pagamentos de honorários de um advogado.

No julgamento de hoje pode ainda haver a decisão sobre a denúncia de “formação de quadrilha” contra o chamado “Núcleo político-partidário” do “Mensalão”. Este núcleo, segundo a denúncia do procurador-geral, era formado por José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno, e teria surgido com a vitória eleitoral de 2002 do PT.

Ainda segundo o documento, o núcleo agiu para “garantir a compra de suporte político de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento das suas próprias campanhas eleitorais”.

Os quatro maiorais do PT são acusados de formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa.

O julgamento coloca na ordem do dia José Dirceu, ex-ministro de Lula, e também será decisivo em relação à uma das justificativas em torno do “Mensalão”, a de que a prática estabelecida pelo PT estaria relacionada apenas ao uso de caixa dois.

Até mesmo o presidente Lula fez tal alegação em entrevista. O julgamento vai decidir se o STF aceita tal justificativa ou se o esquema para dar dinheiro para partidos aliados ao governo representou compra de apoio político.
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POR José Pires

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